Além da alta do dólar; também no radar dos investidores estava a revisão semestral do índice de ações MSCI Brazil, que incluiu BR Distribuidora; o IRB Brasil e a Magazine Luiza. A Qualicorp e Taesa foram excluídas. As mudanças entram em vigor no fechamento do dia 31 de maio.
Por Redação - de São Paulo
Principal índice de ações da B3, o Ibovespa recuava nesta terça-feira, pressionado pelo quadro desfavorável a ativos de risco no mercado financeiro global. A temporada de resultados também seguia no radar; incluindo os números da companhia de alimentos JBS e da siderúrgica CSN, entre outros.
Às 12h20, o Ibovespa caía 0,66%, a 84.672 pontos. O volume financeiro era de R$ 5,7 bilhões.
Também no radar do pregão estava a revisão semestral do índice de ações MSCI Brazil, que incluiu BR Distribuidora; o IRB Brasil e a Magazine Luiza. A Qualicorp e Taesa foram excluídas.
As mudanças entram em vigor no fechamento do dia 31 de maio.
Cenário externo
No exterior, o dólar valorizava-se ante uma cesta de moedas e as bolsas nos Estados Unidos recuavam, em meio a preocupações sobre a falta de progresso nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. E dados sobre vendas no varejo, adiante, seguiam indicando aceleração da inflação norte-americana.
No mercado interno, o dólar dava continuidade à trajetória de alta e era negociado no patamar de R$ 3,67, acompanhando o cenário externo, onde cresciam os temores de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais do que o esperado neste ano, o que afetaria o fluxo global de capitais.
Às 11h58, o dólar avançava 1,31%, a R$ 3,6758 na venda, maior nível intradia desde maio de 2016. Neste mês até a véspera, já acumulava valorização de 3,56%.
Federal Reserve
Na máxima dessa sessão, a moeda norte-americana chegou a R$ 3,6943. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 1,30%.
— Se o euro seguir caindo e o dólar avançando ante a cesta de moedas, mantendo-se acima de 93, o dólar seguirá pressionado aqui também. É um movimento global — afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Nesta sessão, o dólar avançava para a máxima desde dezembro ante uma cesta de moedas, acima de 93, após dados robustos da economia norte-americana e que reforçam apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode elevar os juros mais do que o esperado neste ano.
Acima do patamar
Taxas elevadas têm potencial para atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.
As vendas no varejo dos EUA subiram 0,3% em abril, em linha com as projeções, mas os dados de março foram melhorados, mostrando expansão de 0,8%, sobre 0,6% antes.
O dólar também exibia alta firme ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities, em dia de avanço do rendimento do Treasury de 10 anos para acima do patamar de 3%.
Ajuste fiscal
Internamente, a cautela dos investidores também vinha diante da cena política, sobretudo após divulgação da pesquisa eleitoral CNT/MDA na véspera. O estudo indicou a preferência por candidatos que os investidores enxergam como menos comprometidos com ajuste fiscal.
O Banco Central já vendeu a oferta total de até 5 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.
Também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps para rolagem do vencimento de junho. Dessa forma, já rolou US$ 353,750 bilhões do total de US$ 5,650 bilhões que vence no próximo mês.