- O período mais provável para uma reunião ministerial pode começar desde o dia 25 de junho. Há menos problemas nesta rodada de negociações, e chegar a um acordo antes de 30 de junho é possível - afirmou Ryabkov.
De acordo com Ryabkov, a data para as negociações ministeriais deverá ser definida nesta sexta-feira.
- Nós não queremos a extensão das negociações para um longo período por causa das razões políticas. Quero enfatizar que seria muito errado manter a estratégia de jogos de táticas e manobras nas negociações - disse Ryabkov.
Segundo Ryabkov, a Rússia sabe que os políticos em um número de países que participam nas negociações só criticam o progresso deles e nada mais.
Em maio, Ryabkov afirmou que Rússia estaria pronta para avaliar diferentes opções de retirada de materiais atômicos, mas a posição das autoridades iranianas sobre o tema ainda não estava clara. "Apoiamos o apelo das autoridades iranianas para se concentrar no assunto, em vez de continuar "a guerra" entre as delegações, o que leva muito tempo."
As delegações do grupo P5 + 1 (Rússia, China, França, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha e Irã) estão atualmente em Viena para elaborar o acordo final sobre o programa nuclear de Teerã antes da data final de 30 de junho. "As negociações estão ocorrendo em um modo contínuo", acrescentou Ryabkov.
O vice-ministro russo diz que há pelo menos sete ou cinco problemas para resolver na agenda das negociações, mas é muito menos do que na última semana. O acesso dos observadores internacionais às instalações nucleares iranianas é um deles.
Em abril, as partes assinaram o acordo em que o Irã concordou em cortar o volume de enriquecimento de urânio e reduzir o número de centrífugas em troca de revogação das sanções impostas há cinco anos.
Acordo nuclear
O Irã está tentando evitar compromissos detalhados. Os franceses estão mantendo sua linha-dura. E o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enfrenta uma batalha para vender qualquer coisa a um Congresso cético.
Apesar desses e outros obstáculos, parece cada vez mais provável que os negociadores alcancem um acordo histórico para restringir o programa nuclear do Irã por pelo menos uma década, em troca de alívio de sanções, disseram autoridades ocidentais e iranianas.
Autoridades norte-americanas, incluindo Obama, há muito tempo afirmam que veem na melhor das hipóteses uma chance de 50-50 de conseguir um acordo com o Irã. Essa continua a ser a linha oficial, mas diplomatas próximos às negociações disseram à agência inglesa de notícias Reuters que as chances são maiores, agora que os ministros das Relações Exteriores e outros negociadores se dirigem para Viena na semana que vem, para a etapa final de um processo de negociações de quase dois anos.
O otimismo cauteloso, dizem eles, não é tanto pelos progressos alcançados na superação de pontos críticos quanto pela intensa pressão política sobre as delegações norte-americana e iraniana para que cheguem a um acordo que acabe com um impasse nuclear de 12 anos entre o Irã e países ocidentais.
- Nós não podemos descartar a possibilidade de fracasso, mas ... parece mais provável que vamos conseguir alguma coisa. Não até 30 de Junho, mas talvez nos dias que se sigam - declarou uma autoridade ocidental à Reuters, referindo-se ao prazo estipulado para um acordo.
Outra autoridade ocidental afirmou: "Acho que haverá um acordo porque os dois lados mais importantes precisam dele."
As seis potências mundiais que participam das negociações, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China - têm como objetivo impedir o Irã de adquirir capacidade de desenvolver uma bomba nuclear. Em troca, elas iriam levantar as sanções internacionais que debilitaram a economia iraniana.
Um acordo preliminar alcançado no início de abril deixou ainda por serem resolvidas grandes divergências, incluindo o regime de verificação para garantir o cumprimento iraniano do acordo e o cronograma para remoção das sanções.
Rio de Janeiro, Quinta, 25 de Abril de 2024
Acordo nuclear do Irã pode ser concluído neste mês, diz Sergei Ryabkov
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Publicado Sexta, 19 de Junho de 2015 às 08:47, por: CdB
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