Aécio Neves usava Justiça mineira para calar a imprensa sobre crimes

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Publicado Sexta, 19 de Janeiro de 2018 às 12:27, por: CdB

Arquivos de jornal de Belo Horizonte desaparecem, após confiscados pela Polícia Civil, segundo denuncia publicada, em primeira mão, no Correio do Brasil. Aécio Neves seria o mentor da repressão ao jornal.

 

Por Redação - de Belo Horizonte

 

Uma nova repercussão de supostos crimes cometidos por integrantes do grupo político liderado, em Minas Gerais, pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) ganhou as redes sociais, nesta sexta-feira. Reportagem do jornalista Joaquim Carvalho, do site Diário do Centro do Mundo (DCM), impulsiona a série de denúncia sobre o escândalo, já publicadas no Correio do Brasil desde 2014.

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O jornalista Marco Aurelio Carone sofreu intensa perseguição da Justiça mineira; a mando de Aécio Neves, segundo denuncia

"O Novo Jornal, site na internet com estrutura minúscula e audiência gigantesca, foi alvo de tantas investidas do grupo ligado a Aécio que seu proprietário acabou preso”, afirma Carvalho. Ainda segundo o jornalista, “os arquivos do jornal desapareceram; depois de serem confiscados pela Polícia Civil, com autorização da Justiça e anuência do Ministério Público do Estado”.

A denúncia da perseguição ao jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, diretor de Redação do Novo Jornal, que divulgou a Lista de Furnas, foi divulgada, em primeira mão, em reportagem exclusiva do CdB. Carone visitou a redação do Correio do Brasil, pouco antes de ser preso.

Censura

"Enquanto a velha imprensa de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, apresentavam Aécio como estadista, probo e moderno, o Novo Jornal denunciava as falcatruas ocorrida no Estado", afirma Carvalho, em sua reportagem no DCM.

Segundo Carvalho, o veículo denunciou várias ações suspeitas de Codemig, presidida por Oswaldo Borges, "inclusive relacionadas à Cidade Administrativa, quando ainda não havia nem os alicerces da obra". Carvalho acrescenta que, "em vez de investigar o que Carone e o jornalista Geraldo Elísio, editor do Novo Jornal, denunciaram; a Justiça proibiu o site de publicar notícias relacionadas à Codemig. E ordenou que tudo o que havia sido publicado fosse retirado do ar".

"É o que se pode ver no processo 13.042.227-2, na 5a. Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte. Em abril de 2013, quando (Operação) Lava Jato era apenas sinônimo de uma empresa de limpeza de automóveis, o juiz Adriano de Mesquita Carneiro atendeu a um pedido da empresa, presidida por Oswaldo; e censurou o Novo Jornal".

Cadeia

Carvalho citou a sentença judicial:

"Determino que Marco Aurélio Flores Carone e Nova Opção Ltda. (empresa proprietária do site) retirem do site www.novojornal.com, bem como de todos os outros com os quais tenham gerência; administração ou poder de interferir, de alguma forma’ todas as matérias que envolvam o nome da Codemig, citadas ou não'".

"Se a liberdade (e a verdadeira Justiça) tivesse prevalecido, quem deveria ter ido para a cadeia era o presidente da Codemig, Oswaldo Borges, não o dono do jornal que ele denunciou", acrescentou o jornalista.

Censura

Deputado estadual petista, Rogério Correia (MG) também chamou a atenção da Corregedoria do Judiciário mineiro para a seletividade em relação às condenações de políticos.

“Será que a famosa impunidade contra tucanos vai acabar? Lembrando que, com Aécio, faltam convicções, mas sobram provas, todas gravadas em áudio e vídeo", escreveu o parlamentar em sua conta no Facebook.

"O cerco vai se fechando contra Aécio e seus aliados. A PF pediu cópias de registros de entrada e saída de endereços ligados a um de seus operadores; o empresário Oswaldo Borges. Ele é apontado por delatores como operador do recebimento de caixa 2 de campanhas do senador", disse. "Como sempre lembramos, 'Onde tem rolo tem Aécio, onde tem Aécio tem rolo!", acrescentou.

Cidade do Aécio

Após a Polícia Federal pedir cópias de registros de entrada e saída de endereços ligados a um de seus operadores, o empresário Oswaldo Borges; apontado por delatores da Lava Jato como operador do recebimento de caixa 2 de campanhas do senador.

Borges comandou a licitação da Cidade Administrativa e; de acordo com um delator da Odebrecht, teria cobrado e recebido dinheiro de propina e caixa 2. Os recursos seriam em favor de Aécio Neves e seu grupo político. O esquema envolveria pagamento de pelo menos R$ 5,2 milhões para o tucano

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