Africano na direção da Organização Mundial da Saúde

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Publicado Quarta, 24 de Maio de 2017 às 09:34, por: CdB

Os países do Sul, como o Brasil, e todos os países africanos votaram pela candidatura do etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, eleito para assumir a direção da Organização Mundial da Saúde.

Por Rui Martins, correspondente em Genebra:

Pela primeira vez, desde a sua criação em 1948, a Organização Mundial da saúde tem um diretor-geral africano.

O etíope Tedros Adanom Gebreyesus obteve 133 votos contra 50 ao inglês David Navarro, no terceiro turno da eleição, da qual participaram também pela primeira vez, todos os países membros da OMS, durante a Assembléia Mundial da Saúde. No primeiro turno, tinha sido eliminada a paquistanesa Sania Nishtar.

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O etíope Tedros Gabreyesus tem planos para os países mais atingidos pela ação do capitalismo desenfreado

A candidatura do etíope conseguiu o apoio de todos os países da União Africana e se tornou representativa de todos os países do Sul. Foi o caso do Brasil que apoiou Tedros Adanom.

Embora o ex-presidente americano Barak Obama fosse favorável ao candidato etíope, o novo presidente Donald Trump mostrava-se francamente favorável ao candidato inglês David Navarro, que já ocupa cargo de alto funcionário da OMS.

De acordo com o rodízio entre os continentes, depois de Margaret Chan, atual diretora da Organização Mundial da Saúde, até 30de junho, canadense de origem chinesa, caberia de preferência à África a direção do organismo.

Durante os dois mandatos de Margaret Chan, ela foi alvo de críticas no episódio da ameaça de gripe aviária, provocando uma urgência e vacinações não necessárias mas extremamente onerosas para muitos países, compradores de vacinas não utilizadas, como ocorreu com a França.

Houve também o episódio do virus Ebola, causador de mais de 11 mil mortes na África, em consequência de uma reação tardia por parte da OMS. A influência dos laboratórios farmacêuticos dentro da organização e altas despesas com viagens dos técnicos, hospedados em caros hotéis, alimentaram as críticas à gestão de Margaret Chan nestes últimos anos.

Cobertura médica para todos

Na sua primeira entrevista com a imprensa, o novo diretor da OMS - a partir de primeiro de julho - mostrou-se preocupado com as ameaças de diminuição da contribuição americana, anunciada diversas vezes pelo presidente Donald Trump, e prometeu diminuir as despesas de viagens da OMS, consideradas excessivas.

A sua principal bandeira será, disse ele, a de promover a cobertura médica para todos e reduzir o custo dos remédios. A África é justamente o continente que mais sofre com falta de assistência médica e de medicamentos.

Rui Martins, correspondente em Genebra.

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