Na quinta-feira, o PMDB publicou nota afirmando que os operadores financeiros "não têm relação com o partido e nunca foram autorizados" a falar em nome da sigla
Por Redação - de Brasília
Os dois operadores financeiros ligados ao PMDB, alvos da 38ª fase Operação Lava Jato, batizada de Blackout, em referência ao sobrenome dos investigados. Jorge Luz e Bruno Luz já se encontram em solo brasileiro. Residentes em Miami, EUA, ambos tiveram a prisão preventiva decretada. Senadores peemedebistas estariam envolvidos nas operações ilegais.
O desembarque, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, ocorreu no início da manhã deste sábado. Após o desembarque, foram imediatamente conduzidos pela Polícia Federal (PF) para o Instituto Médico-Legal. Em seguida, levados para a carceragem Superintendência da PF. Eles vão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a atuação de Jorge e Bruno na Petrobras teria resultado no pagamento de R$ 40 milhões em propinas. Os crimes se repetiram ao longo de mais de 10 anos. Tiveram atuação mais prolixa na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. Estão envolvidos, ainda, na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, de sua participação acionária na Transener (maior companhia de transmissão de energia elétrica da Argentina) para a empresa Eletroengenharia.
Corrupção
Segundo investigadores da PF, a maior parte da propina era repassada aos membros da Diretoria Internacional da Petrobras, enquanto o restante era destinado a agentes políticos. O procurador da República Diogo Castor de Mattos afirmou que esses políticos gozam atualmente de foro privilegiado, principalmente senadores.
Os integrantes da força-tarefa do MPF disseram ainda que Jorge e Bruno atuavam na Diretoria Internacional da Petrobras. A área era de indicação política do PMDB. Eles também agiam esporadicamente na Diretoria de Abastecimento e na Diretoria de Serviços da estatal, áreas de influência do PP e do PT, respectivamente.
Na quinta-feira, o PMDB publicou nota afirmando que os operadores financeiros "não têm relação com o partido e nunca foram autorizados" a falar em nome da sigla. O PP e o PT não se manifestaram sobre o assunto.
A Petrobras disse, em nota, que "segue colaborando com as autoridades" para buscar o ressarcimento dos prejuízos causados à companhia. A estatal ressaltou, ainda, que autoridades "reconhecem que a Petrobras é vítima de todos os fatos revelados".