Árabes avisam que pretendem cortar ainda mais na produção de petróleo

Arquivado em:
Publicado Sexta, 06 de Janeiro de 2017 às 09:47, por: CdB

Árabes avisam que pretendem cortar ainda mais produção de petróleo ao longo dos próximos meses, com base em acordo com o Irã

 
Por Redação, com Reuters - de Londres

 

A petroleira estatal saudita Saudi Aramco começou a negociar com clientes do mundo todo possíveis cortes de 3% a 7% nos carregamentos de petróleo em fevereiro, para cumprir o acordo de cortes acertado no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disseram quatro fontes com conhecimento do assunto nesta quinta-feira.

petroleo1.jpg
A queda dos preços prejudicou seriamente algumas economias que dependiam fortemente das vendas de petróleo

A Opep fechou acordo no fim de novembro para cortar produção no primeiro semestre de 2017 e reduzir o excesso de oferta global, em uma tentativa de impulsionar preços.

Sob o acordo, a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, aceitou cortar a produção em 486 mil barris por dia (bpd), ou 4,61% de sua produção registrada em outubro, de 10,544 milhões de bpd.

— A Aramco está abordando seus clientes para tratar possíveis cortes em fevereiro e discutir possíveis cenários de fornecimento — disse uma das fontes.

Mas ainda não há ”nada confirmado", disse, acrescentando que os cenários são para cortes de 3% a 7% nos volumes. A estatal está recebendo pedidos para embarque de petróleo para fevereiro e avaliando quais tipos de produto poderão sofrer cortes, disse uma segunda fonte.

Compradores de petróleo saudita serão notificados até 10 de janeiro sobre suas respectivas alocações para fevereiro.

Preço do petróleo

No mundo, o preço do petróleo saltou cerca de 7% em um dia, apenas, no início do mês passado. Neste último mês, permanece a indicação de que a tendência seguirá de alta. O movimento ocorreu após entrevista do ministro do petróleo saudita. Ele disse que um acordo entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre um corte da produção está próximo. As declarações levantaram os preços ao seu maior movimento intradia desde abril.

O petróleo Brent subia US$ 3,22, ou 6,94%, a R$ 49,6 por barril, logo após as negociações. Após 30 dias, o petróleo tipo Brent subia para US$ 56,74 nesta tarde. A Opep reuniu-se, em sua sede em Viena. Na pauta, os termos de um potencial acordo para cortar a produção. Trata-se de um esforço para sustentar os preços, que caíram para menos da metade desde 2014 devido à oferta excessiva.

Acordo

Na reunião do dia 30 de novembro último, o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estava perto de chegar a um acordo para limitar a produção. As negociações, durante este período, avançaram a ponto de permitir o anúncio de novos cortes na produção.

O ministro al-Falih acrescentou que Riad está preparada para aceitar “um grande impacto” na sua própria produção. A autoridade árabe também concorda que seu grande rival Irã congele a produção em níveis anteriores às sanções.

Os comentários foram vistos como um recuo do governo saudita, que nos últimos meses vinha insistindo que o Irã deveria participar integralmente de qualquer corte de produção.

Falih também disse que a Opep está focada na redução de produção para teto de 32,5 milhões de barris por dia (bpd), ou corte de mais de 1 milhão de bpd. Ele espera que a Rússia e outros países de fora do cartel possam contribuir com corte de 600 mil bpd adicionais.

Rússia e Irã

— Isso significa que nós (sauditas) vamos fazer um grande corte e sofrer grande impacto na nossa atual produção. Cortaremos, também, na nossa previsão para 2017. Mas nós não iremos fazer isso caso não tenhamos certeza de que há consenso. Um acordo também será necessário  para atender todos os princípios — disse o ministro.

Confrontos entre Arábia Saudita e Irã têm dominado as reuniões mais recentes da Opep. Na terça-feira, o Irã escreveu à Opep que queria que a Arábia Saudita cortasse produção em até 1 milhão de bpd. É mais do que Riad estava disposta a oferecer, disseram fontes que viram a carta.

Contudo, o tom mudou na agora.

— Estou otimista — disse o ministro de Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh. Ele acrescentou que não houve nenhum pedido para que o Irã corte produção. Ele também afirmou que a Rússia está pronta para reduzir a extração.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo