Avançam as investigações contra senador José Serra na Lava Jato

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Publicado Domingo, 09 de Abril de 2017 às 14:44, por: CdB

O dinheiro, segundo Novis, foi depositado para José Serra entre 2006 e 2007 em contas na Suíça. Os números das contas secretas teriam sido indicados pelo empresário José Amaro Pinto, ligado ao PSDB

 

Por Redação - de Brasília e São Paulo

 

As provas pedidas pela Polícia Federal às autoridades suíças sobre depósitos destinados à campanha do senador José Serra (PSDB-SP) “são consistentes”, afirmou fonte à reportagem do Correio do Brasil, neste domingo. A denúncia consta de delação premiada do ex-executivo da Odebrechet Pedro Novis. Ele denuncia que Serra teria recebido 2 milhões de euros em dinheiro sujo quando concorria ao governo do Estado de São Paulo, em 2006.

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Investigações da Lava Jato sobre Eduardo Cunha revelam ligações perigosas de José Serra

O dinheiro, segundo Novis, foi depositado entre 2006 e 2007 em contas na Suíça. Os números das contas secretas teriam sido indicados pelo empresário José Amaro Pinto, ligado ao PSDB. Em valores atuais, os valores ultrapassam os R$ 5 milhões.

A Odebrecht, em seu acordo de leniência, em curso, apontou aos investigadores da Lava Jato que Serra teria recebido outros R$ 23 milhões, de forma ilícita, para a campanha presidencial de 2010. Dessa vez, os ex-deputados federais Ronaldo Cezar Coelho e Márcio Fortes teriam servido como intermediários da propina.

Apoio ao golpe

Desde o surgimento da Operação Lava Jato, segundo o economista Marcio Pochmann, em recente artigo publicado, “a sua aceitação pelo status quo parecia visível enquanto se mantinha concentrada na investigação seletiva e focada nos políticos petistas”.

“Quando transpareceu que não mais seria possível manter as denúncias, investigações e julgamentos estritamente no leito petista, um novo corpo no interior do Legislativo teria se formado a partir da liderança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A expectativa seria a de entregar o governo Dilma como fazem os boiadeiros que, para passar pelo rio perigoso com a boiada entregam um, o "boi de piranha". Dessa forma, o fim do governo liderado pelo PT traria consigo a perspectiva de que seria possível virar a página de todos os males do Brasil”.

As investigações, no entanto, apesar da determinação do governo que conta com o apoio do senador José Serra, continuam avançando. Pedro Novis e José Serra são amigos, publicamente reconhecidos. Nas delações da Odebrecht, o senador tucano é chamado de "vizinho" em documentos internos da empreiteira. Teria sido vizinho de Novis. Serra também era chamado de "careca" em certos documentos apreendidos pela PF.

Silêncio total

O nome de Serra também consta na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ. Ele foi preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, em fevereiro deste ano. Benedicto Júnior também está entre os delatores e fechou o foco de sua colaboração com os investigadores.

Serra, por meio de sua assessoria, mantém a posição de não falar sobre o assunto. Ele diz que "não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas".

"E reitera que não cometeu irregularidades", conclui.

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