BC reconhece fraqueza da economia com redução nas atuais taxas de juros

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Publicado Quinta, 22 de Março de 2018 às 13:59, por: CdB

Com isso, economistas já veem os juros básicos em 6,25% em maio, renovando a mínima histórica. Alguns não descartam que o Banco Central vá ainda mais longe.



 

Por Redação - de Brasília

 

O Banco Central reduziu, na noite passada, pela 12ª vez, a taxa Selic, para 6,5% ao ano. Respondeu, assim, a surpresas positivas com a dinâmica inflacionária. Ao mesmo tempo, de modo surpreendente, indicou mais um corte "moderado" na próxima reunião do Comitê de Política Monetária.

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Impacto do volume da dívida e do nível da taxa de juros

Com isso, economistas já veem o juro básico em 6,25% em maio, renovando a mínima histórica. Alguns, porém, não descartam que o Banco Central vá ainda mais longe.

“Nem mesmo o mais fervoroso defensor de um afrouxamento monetário esperava que os membros do Copom saíssem com tal decisão", disseram, em relatório, os economistas do Banco Haitong, Jankiel Santos e Flávio Serrano, que sugeriram, adiante, certa desorientação em relação aos sinais dados pela autoridade monetária.

Recuperação

Em 12 meses, até fevereiro, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) está em 2,86%, bem abaixo da meta de 4,5% estabelecida para este ano.

No comunicado, o BC alterou as projeções de inflação para este ano (+3,8%) e para o próximo (4,1%), ambas abaixo das metas de, respectivamente, 4,5% e 4,25%.

— A impressão é que o Banco Central não quer interromper o ciclo de cortes diante da projeção de inflação dele e do mercado bem abaixo da meta — diz Fernando Rocha, economista-chefe da gestora de recursos JGP, para quem a possibilidade de o juro ir a 6% é baixa, mas existe.

Há, por exemplo, quem não descarte que uma decepção com a recuperação econômica possa levar a autoridade monetária a ser ainda mais agressiva, embora o próprio Banco Central diga que os indicadores econômicos seguem apontando para uma recuperação consistente.

Mudanças

Se, no cenário desenhado pelo Banco Central para levar o juro a 6,25% em maio; a autoridade monetária tiver embutido um crescimento econômico acima de 3%, uma frustração com esse número poderia estender o ciclo de cortes, diz o Santander.

O Santander avalia, no entanto, que as projeções do Banco Central para a economia em 2018 devem estar mais próximas da mediana do mercado (em 2,8%), o que excluiria novos cortes além do já previsto para maio.

Para o Banco Haitong, as surpresas favoráveis no campo inflacionário ""respondem mais a fatores temporários, como a forte queda dos preços dos alimentos, do que mudanças estruturais na dinâmica dos preços.

Assim sendo, o Santander já prevê um novo ciclo de alta dos juros a partir de meados de 2019; chegando ao fim do próximo ano mais perto de 8,5%.

Ação do Fed

No mesmo dia em que o BC brasileiro levou a taxa Selic para uma nova mínima histórica; os norte-americanos subiram os juros pela pela primeira vez em 2018. E sinalizaram mais duas altas no ano. Diante de uma economia fortalecida, no entanto, os juros norte-americanos subiram 0,25 ponto percentual; para a faixa entre 1,5% e 1,75% ao ano.

A alta, desta forma, já era esperada pelo mercado; na primeira reunião conduzida pelo novo presidente do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), Jerome Powell. Ele substituiu Janet Yellen no cargo. Foi a primeira desde dezembro do ano passado.

Em fevereiro, portanto, os EUA criaram 313 mil vagas de trabalho, maior aumento em mais de um ano e meio. O desemprego,  enfim, se manteve em 4,1%, menor patamar em 17 anos. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 2,5% nos últimos três meses de 2017.

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