Publicado Segunda, 18 de Novembro de 2019 às 12:03, por: CdB
Depois de aceitar o convite, Moro foi oficializado como titular da Justiça e Segurança Pública, o que demonstra, agora, sua intenção de interferir na eleição ao liberar a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci.
Por Redação - de São Paulo
Ex-ministro da Secretaria-Geral da República, o advogado Gustavo Bebianno afirmou que o ex-juiz Sérgio Moro teve pelo menos cinco encontros com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, antes do resultado da eleição presidencial. A declaração desmente afirmações tanto de Bolsonaro quanto de Moro, em sentido contrário.
Ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-presidente do PSL, Bebianno responde a processo na Justiça Eleitoral
Em entrevista ao jornalista Fabio Pannunzio, alinhado à extrema direita, Bebianno revelou que aliados tiveram um encontro na casa de Bolsonaro no dia do segundo turno.
— Paulo Guedes me chama e diz 'quero conversar com um você um negócio importante'. Ele me contou já tinha tido cinco ou seis conversas com Sérgio Moro e que Moro estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar o desafio como ministro da Justiça — disse o ex-ministro.
Depois de aceitar o convite, Moro foi oficializado como titular da Justiça e Segurança Pública, o que demonstra, agora, sua intenção de interferir na eleição ao liberar a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, há uma semana do primeiro turno do pleito presidencial.
Intercept
O ex-juiz vê aumentar o desgaste de sua figura pública desde junho, quando começaram a ser divulgadas pela agência norte-americana de notícias Intercept Brasil as irregularidades da Operação Lava Jato. Moro teria interferido no trabalho de procuradores, o que fere a equidistância entre quem julga e quem acusa, uma vez comprovadas as suas ações.
De acordo com uma das reportagens do Intercept, em parceira com a Veja, o ex-juiz pediu o acréscimo de informações na elaboração de uma denúncia contra Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobras para a construção de plataformas de petróleo.
Moro também sugeria a inversão da ordem das fases da Lava Jato e chegou a questionar a capacidade de uma procuradora em interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas para não disputar a eleição. Inclusive, uma das reportagens apontou que o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra o ex-presidente no processo do triplex em Guarujá (SP).