Bernardo treina, dentro e fora do campo, para crescer no futebol inglês

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Publicado Quinta, 13 de Fevereiro de 2020 às 09:07, por: CdB

Bernardo é um atleta com uma história peculiar. Embora tivesse as portas abertas para os clubes tradicionais, formou-se e foi revelado por clubes que têm o patrocínio de empresas

De Londres

Enquanto aguarda a nova janela de transferência entre clubes, em nível mundial, o lateral-esquerdo Bernardo, ou Júnior, como é chamado entre os amigos, não perde tempo em melhorar sua condição física para os próximos desafios da Premier League inglesa. Filho do volante Bernardo Fernandes da Silva, estrela do São Paulo na década de 80, Júnior guarda a mesma boa técnica e o voluntarismo que marcam as duas gerações de craques brasileiros.

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Bernardo Júnior equilibra seus investimentos fora do campo com a carreira desportiva em Londres, onde reside atualmente

Bernardo, no entanto, é um atleta com uma história peculiar. Embora tivesse as portas abertas para os clubes tradicionais, formou-se e foi revelado por clubes que têm o patrocínio de empresas, entre eles o Audax Osasco, o Red Bull Brasil; depois na Europa, com o Red Bull Salzburg (Áustria), em seguida o Red Bull Leipzig (Alemanha); até chegar à nata do futebol mundial, na primeira divisão do futebol inglês.

O lateral, contudo, mostra para os mais conservadores que os chamados clube-empresa” têm organização e estrutura, com um plano de jogo bastante claro, para formar atletas de alto rendimento. Com sua vida profissional e financeira bem estruturada, Bernardo não nega o desejo de seguir adiante na carreira e revela que sua ambição vai muito além dos campos de futebol.

Estrutura

A disciplina tática que marca a presença do atleta, em campo, faz a diferença no jogo de Bernardo. Em conversa com jornalistas, conduzida pela Betway, site de apostas esportivas, nesta quinta-feira, em Londres, o atleta do Brighton revela, todavia, que o seu forte está na defesa.

— Mas a posição está mudando. O lateral moderno ataca muito, é um dos responsáveis pela armação das jogadas. Esse é um aspecto que preciso melhorar no meu futebol — afirmou.

Outro patamar

Após deixar as franquias internacionais da Red Bull, Bernardo aceitou o desafio de integrar a equipe do Brighton, um time modesto, embora estabilizado entre os clubes da Primeira Divisão. Uma vez na sede do clube, ficou impressionado com a estrutura técnica, o estádio e o centro de treinamento com padrão internacional.

Futuro

De cara, logo na estreia, o brasileiro percebeu que o ritmo de jogo na Premier League é um outro patamar.

— Percebi que estava abaixo, fisicamente. Não conseguia acompanhar tanta velocidade, tanta intensidade. Fiquei em choque. Mas trabalhei muito e, hoje, sinto-me à vontade em campo, no mesmo ritmo dos demais companheiros — afirma.

Com muito tempo ainda para escrever sua passagem nas páginas do futebol mundial, aos 24 anos, o lateral-esquerdo, que atuou de zagueiro, volante e até ponta, está em sua segunda temporada no Brighton. Embora não tenha conquistado, ainda, a posição definitiva em campo, como titular, em face também de seguidas lesões que ofuscam sua passagem nos campos do Reino Unido, Bernardo olha confiante para o futuro.

Mercado imobiliário

O Brighton, um dos times que encabeçam, todo ano, a lista de apostas para os clubes que serão rebaixados, na próxima temporada, permanece relativamente confortável desta vez, no meio da tabela. O recém-contratado técnico Graham Potter, por sua vez, tem se saído tão bem que teve o contrato estendido por mais dois anos.

— Essa é a diferença na Inglaterra. Os treinadores são reconhecidos. Clube e técnico querem implantar uma filosofia de jogo, então por que não dar segurança e um voto de confiança ao comandante? Hoje, o mais importante aqui é jogar bem, ter um futebol ofensivo, e isso a gente vem fazendo, mesmo com um elenco sem estrelas — defende Bernardo.

O jogador profissional que constrói uma carreira estável no gramado, porém, espera novas oportunidades para a vida fora do futebol. Entre os treinos, estuda o setor imobiliário e frequenta escolas inglesas sobre o setor. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Londres, já coleciona uma carteira de imóveis que é a base de sua permanência no mercado financeiro. 

— Sei que dependo do meu corpo, e ele não vai aguentar para sempre. Eu me preocupo muito com o meu futuro, então quero aproveitar todas as chances que a vida me deu para garantir que nunca passarei aperto — conclui.

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