Bolsonaro ataca Doria e Huck sobre compra de aviões pelo BNDES

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Publicado Sexta, 30 de Agosto de 2019 às 08:04, por: CdB

Doria e Huck são apontados como possíveis candidatos à Presidência na eleição de 2022 e Bolsonaro já indicou que pretende buscar a reeleição.

Por Redação, com Reuters - de Brasília O presidente Jair Bolsonaro aproveitou sua transmissão semanal ao vivo em uma rede social para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o apresentador Luciano Huck pela compra de aviões com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmando que eles se aproveitaram de uma “teta” existente em governos petistas.
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Jair Bolsonaro disse que João Dória e Luciano Huck que se aproveitaram de uma “teta” existente em governos petistas.
Bolsonaro e Doria já foram aliados próximos, com troca de elogios. Já em relação a Huck, ele tem rebatido afirmação recente do apresentador de que Bolsonaro não é o primeiro capítulo da renovação política, mas sim o último capítulo do que deu errado. Doria e Huck são apontados como possíveis candidatos à Presidência na eleição de 2022 e Bolsonaro já indicou que pretende buscar a reeleição. - Olha a caixa-preta do BNDES aparecendo aí. Já apareceu aquela galerinha da compra de aviões com 3%, 3,5% (de juros) ao ano. Que teta, ein? Que é isso, Luciano Huck? Que teta, ein? Eu sou o último capítulo do caos? Não foi ilegal a compra, reconheço, mas poxa, só para peixe - ironizou o presidente, aos risos, durante a transmissão. - João Doria também comprou. João Doria. Comprou também, Doria? Comprou também. Explica isso aí. Só peixe, amigão do Lula, da Dilma. E depois posa de, eu vejo o Doria falando ‘a minha bandeira jamais será vermelha’. É brincadeira, né? É brincadeira. Quando ele estava mamando ali, a bandeira era vermelha com o foiçaço e o martelo ali, sem problema algum, né? - disparou. Em resposta à declaração do presidente, a assessoria de Doria afirmou, em nota, que não houve nada de errado na compra da aeronave. “A Embraer vendeu mais de 135 jatos executivos e comerciais para empresas brasileiras e estrangeiras com financiamento do BNDES, gerando empregos e impostos para o Brasil. Nada de errado nisto”. Luciano Huck também rebateu a afirmação de Bolsonaro. “A empresa Brisair, da qual sou sócio, comprou um avião produzido pela Embraer. Para tanto, fizemos um empréstimo transparente, pago até o fim, sem atraso. Tudo como manda a lei”, afirmou, em nota. “A compra e o financiamento da aeronave foram feitos por meio de um contrato absolutamente legal, sem vício, vantagem ou privilégio. Nada além disso”. Hostilidade O mandatário vem colecionando inimizades em seus primeiros meses no Palácio da Alvorada. No início de agosto, Bolsonaro se indipôs com o deputado federal e ex-aliado, Alexandre Frota. O parlamentar foi afastado após pesadas críticas aos atos e declarações do mandatário neofascista. O presidente do partido, Luciano Bivar, a deputada Carla Zambelli (SP) e o senador Major Olímpio (SP) também foram alvos das críticas de Frota. Errático em seus alvos, Frota construiu uma carreira cheia de contradições, atos extremados e declarações polêmicas. Dono de 155.522 votos, o 16º candidato mais votado em São Paulo conserva o mandato e já negocia com o DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), a migração para a nova legenda. Sua presença na comissão especial que aprovou a Reforma da Previdência e depois, no Plenário da Casa, renderam-lhe algum crédito junto à Mesa Diretora da Casa. Com Moro, relação desgastada Jair Bolsonaro usou o lançamento do programa de segurança Em Frente Brasil, nesta quinta-feira, para fazer um desagravo ao ministro, a quem chamou de “patrimônio nacional”. - Obrigado, Sergio Moro. Vossa Senhoria abriu mão de 22 anos de magistratura não para entrar em uma aventura, mas para entrar na certeza de que todos nós juntos podemos sim fazer melhor pela nossa pátria - disse o presidente. Nas últimas semanas, circularam em Brasília informações de que as relações entre Bolsonaro e Moro não estavam boas, e o próprio presidente deu indícios de que não estava feliz com seu ministro mais estrelado. Na votação em segundo turno da reforma da Previdência, Frota se absteve, contrariando orientação do partido. Ele foi retirado da vice-liderança do PSL na Câmara; além de perder o comando de alguns diretórios municipais da legenda, por ordem direta de Jair Bolsonaro.
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