Bolsonaro desembarca na Ásia com cartão de crédito milionário na carteira

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Publicado Domingo, 20 de Outubro de 2019 às 13:40, por: CdB

Na viagem de dez dias pela Ásia e o Oriente Médio, Bolsonaro cumprirá uma agenda protocolar no Japão, na China, nos Emirados Árabes Unidos, no Catar e na Arábia Saudita.

 
Por Redação - de Brasília
  O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Tóquio, neste domingo, com uma extensa lista de acompanhantes e um cartão de crédito aparentemente ilimitado e com sigilo garantido para as compras que, em apenas três meses, chegaram a R$ 4,6 milhões, segundo informações vazadas para a mídia conservadora carioca.
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Nesta semana, Bolsonaro iniciou uma extensa viagem à Ásia e Oriente Médio, em meio à pior crise política de seu breve governo
Na viagem de dez dias pela Ásia e o Oriente Médio, Bolsonaro cumprirá uma agenda protocolar no Japão, na China, nos Emirados Árabes Unidos, no Catar e na Arábia Saudita. De acordo com integrantes do governo, o presidente quer sinalizar para o mundo que sua gestão está comprometida com a abertura econômica, com o ambiente de negócios e com o programa de reformas, mas prefere não revelar onde consegue gastar tanto dinheiro Em Tóquio, neste domingo, o presidente participou do entronamento do novo imperador japonês, Naruhito, que segue até terça-feira. No mesmo dia, logo depois da cerimônia, ocorre a primeira reunião bilateral do presidente brasileiro durante a turnê.

Comunista

Bolsonaro se encontra em Tóquio com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensk, segundo agenda previamente determinada. O governante ucraniano está atualmente no centro de um escândalo que levou à abertura de um inquérito de impeachment contra o presidente americano, Donald Trump, Na quarta-feira, Bolsonaro participará de um banquete oferecido pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. No mesmo dia, está prevista uma reunião com os membros do grupo de notáveis, formado pelos dirigentes das principais empresas do Japão (Mitsui, Toyota, Honda, Mitsubishi, entre outras). Também está agendada uma reunião do presidente com representantes da comunidade brasileira no Japão que, com 200 mil pessoas, é a terceira maior no mundo, atrás de EUA e Paraguai. Na quinta-feira, a delegação brasileira segue para Pequim. Na China, Bolsonaro cumpre programa de encontro com autoridades do país asiático, em 24 e 25 de outubro, incluindo o primeiro-ministro, Li Keqiang, e o presidente da República Comunista da China, Xi Jinping.

Investimentos

Juntos, Japão e China têm um estoque de US$ 100 bilhões em investimentos no Brasil. A Ásia lidera as exportações e importações brasileiras. Só nos primeiros nove meses de 2019, 40% das exportações brasileiras foram destinadas à região, ao mesmo tempo em que 33% das importações brasileiras vieram da Ásia. No próximo sábado, Bolsonaro seguirá para Abu Dhabi, dando início à metade árabe da viagem. Depois da visita aos Emirados Árabes Unidos, o presidente segue para Doha. Ele passa a manhã e a tarde do dia 28 na capital do Catar e, em seguida, embarca para Riad, na Arábia Saudita, onde fica até o dia 30. Na passagem pelo mundo árabe, a pauta brasileira também tem um viés comercial, de acordo com o Itamaraty. Nesse sentido, o destaque fica para o aumento das exportações da agropecuária brasileira, a atração de investimentos para os projetos de concessão e privatização de ativos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), além do interesse árabe na indústria de defesa do Brasil.

Segurança nacional

Bolsonaro viaja acompanhado de uma comitiva de 20 pessoas, que inclui os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina da Costa (Agricultura), Osmar Terra (Cidadania), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e o general da reserva Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Ao final da viagem, os recibos do cartão de crédito presidencial permanecerá sigiloso, até que vazem para a mídia. Entre fevereiro e setembro deste ano a Secretaria de Administração do Palácio do Planalto, responsável pelas despesas para Bolsonaro, desembolsou R$ 4,6 milhões com seus cartões, publica o diário conservador carioca O Globo, na edição deste domingo. "O valor é 24% maior do que os R$ 3,7 milhões consumidos no mesmo período do ano passado; 55% a mais do que os R$ 2,9 milhões de 2017; 62% acima dos R$ 2,8 milhões de 2016 e 26% superior aos R$ 3,6 milhões de 2015. Protegidas pelo selo da segurança nacional, as compras para o capitão são sigilosas", conclui o jornal.
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