Bolsonaro minimiza devastação da Amazônia e impacta os investidores

Arquivado em:
Publicado Quarta, 20 de Novembro de 2019 às 12:36, por: CdB

Dados revelados pelo Programa de Cálculo Desflorestamento na Amazônia (Prodes), o sistema de monitoramento por satélites operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelaram que, ao todo, o bioma perdeu uma área de 9.762 km² (equivalente a sete cidades do Rio de Janeiro).

 
Por Redação - de Brasília
  Na sua tentativa de minimizar os dados mais recentes sobre o desmatamento da Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) complica a posição do país, frente aos investidores dos fundos internacionais. Sob a gestão de Bolsonaro, houve um recorde de destruição entre agosto de 2018 e julho de 2019, o que ele afirma ser uma questão “cultural".
bolsonarojpg.jpg
A governo do presidente Bolsonaro tenta minimizar a devastação do maior bioma natural do mundo
— Você não vai acabar com o desmatamento nem com as queimadas. É cultural — afirmou o presidente nesta quarta-feira ao ser questionado sobre o tema quando deixava o Palácio do Planalto. Dados revelados pelo Programa de Cálculo Desflorestamento na Amazônia (Prodes), o sistema de monitoramento por satélites operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelaram que, ao todo, o bioma perdeu uma área de 9.762 km² (equivalente a sete cidades do Rio de Janeiro). É a maior taxa de desmatamento registrada desde 2008.

Desmatamento

Esse aumento percentual de 29,5% também foi o terceiro maior da história, ficando atrás apenas das altas de 1995 (95%) e 1998 (31%). O período avaliado inclui sete meses do governo Bolsonaro. Na terça-feira, ao ser perguntado também sobre o desmatamento recorde, o presidente se esquivou de comentar sobre o tema. Ele questionou se as mesmas perguntas seriam feitas para Marina Silva, quando ela era ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, época em que, segundo Bolsonaro, também houve um recorde de desmatamento. — Não pergunta pra mim não. Não pergunta não, (o ministro do Meio Ambiente) Ricardo Salles está aí, conversa com ele — disse Bolsonaro em uma cerimônia em homenagem ao Dia da Bandeira. Marina Silva esteve à frente do Ministério entre janeiro de 2003 e maio de 2008, quando foi substituída por Carlos Minc.

Tendência

Na segunda feira, após o diretor interino do Inpe, Darcton Policarpo Damião, anunciar os números mais recentes sobre o desmatamento, Salles tentou minimizar o conteúdo dos dados. — O número está seguindo uma tendência de aumento desde 2012 — afirmou. A taxa, porém, ficou pelo menos 1,5 mil km² acima da tendência de aumento do da devastação que vinha sendo registrada desde 2012. Segundo o Inpe, se o desmatamento continuasse na mesma tendência dos últimos anos, a área destruída teria sido de 8.278 km². Questionado sobre os motivos que impulsionaram a alta da destruição na Amazônia, Salles afirmou que "não é verdade" que o discurso de governo de Jair Bolsonaro tenha incentivado o desmatamento na região.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo