Brasil dos 39 partidos

Por José Inácio Werneck, de Bristol, EUA:

Não há solução para o governo brasileiro enquanto o país tiver 39 partidos políticos. Só uma reforma que estabeleça uma drástcia redução deste número permitirá ao Brasil sair da maior crise de sua história. Idealmente, deveríamos ter três partidos: um de direita, um de esquerda e um de centro. Nos Estados Unidos, há dois partidos: o Republicano e o Democrata. De vez em quando aparecem candidatos independentes, como aconteceu com Ross Perot e com Ralph Nader, mas na prática o que vigora é o revezamento do poder entre democratas e republicanos. A consequência direta do enorme número de partidos políticos no Brasil é que nenhum governo tem maioria no Congresso se não barganhar e não subornar deputados e senadores. Aí esteve a origem do mensalão e o mal continua até hoje. O resultado do descalabro é que o Brasil tem agora um Presidente em exercício, Michel Temer, que na prática não tem votos nem para se eleger síndico de edifício. Sem votos e visto por grande parcela da população como um traidor do governo para o  qual foi eleito como Vice-Presidente, Temer não tem a menor condição de tirar o país do pântano político em que se encontra. Quando o Brasil reduzirá o número de partidos que existem apenas para negociações escabrosas em torno do poder? José Inácio Werneck, jornalista e escritor, trabalhou no Jornal do Brasil e na BBC, em Londres. Colaborou com jornais brasileiros e estrangeiros. Cobriu Jogos Olímpicos e Copas do Mundo no exterior. Foi locutor, comentarista, colunista e supervisor da ESPN Internacional e ESPN do Brasil. Colabora com a Gazeta Esportiva. Escreveu Com Esperança no Coração sobre emigrantes brasileiros nos EUA e Sabor de Mar. É intérprete judicial em Bristol, no Connecticut, EUA, onde vive.