Cadela do fascismo se assanha após declarações do general Villas Bôas

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Publicado Quarta, 04 de Abril de 2018 às 12:23, por: CdB

Apoiadores do fascismo elevam o tom, após comandante do Exército sair em defesa da prisão imediata de Lula.

 

Por Redação - do Rio de Janeiro

 

Os integrantes dos movimentos neofascistas, que apoiam o golpe de Estado em curso no país, aliados ao pré-candidato à Presidência da República , Jair Bolsonaro (PSL), mobilizaram-se ao longo dos últimos dias para pedir a prisão imediata do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ganharam, no entanto, um apoio improvável, do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

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O general Villas Boas, comandante do Exército Brasileiro, inspira o fascismo

O militar usou sua conta no Twitter, na tarde passada, para ameaçar a ordem democrática, ao questionar a independência do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar o Habeas Corpus impetrado pela defesa do líder petista. Em seu apoio, Bolsonaro escreveu, na mesma rede social, seu apoio à afirmação do general Villas Bôas de  que o Exército “se mantém atento às suas missões institucionais”.

‘Não é bom’

Para o deputado de ultradireita, que é capitão reformado da corporação, o “partido do Exército é o Brasil. Homens e mulheres, de verde, servem à Pátria. Seu Comandante é um Soldado a serviço da Democracia e da Liberdade. Assim foi no passado e sempre será”.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, por sua vez, também reagiu às declarações do general. Janot disse preferir "não acreditar" em uma guinada autoritária no Brasil, mas manifestou preocupação com mais uma possibilidade de retrocesso.

"Isso definitivamente não é bom”, afirmou o ex-PGR, em reação às declarações do militar.

Fascismo

“É o início de uma tutela militar sobre o processo político. O resultado é imponderável. A besta do fascismo ficará mais excitada”, diz o ex-ministro da Justiça e ex-governador Tarso Genro, sobre a ameaça feita pelos militares ao STF.

Ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro (PT) diz que o comandante do Exército falou para a tropa. “É o início de uma tutela militar sobre o processo político. O resultado é imponderável. A besta do fascismo ficará mais excitada.”

Alta patente

Logo após as declarações de Villas Bôas, ao menos cinco militares de alta patente apoiaram a eventual intervenção militar caso de o petista, condenado em segunda instância em janeiro, não iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e meio de cadeia.

O General Paulo Chagas, por sua vez, escreveu: “Caro comandante, amigo e líder, receba a minha respeitosa e emocionada continência. Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhando e aguardo suas ordens!!”.

Outros dois generais fizeram tuítes no mesmo sentido. “Mais uma vez o Comandante do Exército expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas. Estamos juntos, comandante!”, postou o General Freitas. “Comandante! Estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo! Aço!”, escreveu o General Miotto.

OAB critica

Apesar da linha conservadora da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no entanto, o presidente nacional instituição, Carlos Lamachia, criticou, em nota, a declaração do comandante do Exército.

Em nota, Lamachia diz que "não existe solução para o país fora da Constituição e da democracia" e que "o país vive hoje seu mais longo período democrático, iniciado com o fim da ditadura militar.

“Nossa jovem democracia já criou instituições sólidas e capazes de lidar com erros e acertos. É preciso aprimorá-las, como tem sido feito a partir do uso de ferramentas e mecanismos constitucionais. Não existe solução para o Brasil à margem da Constituição".

Democracia

"A OAB, no seu papel de tribuna da cidadania e defensora intransigente do Estado democrático de Direito, conclama a nação a repudiar qualquer tentativa de retrocesso e reitera sua determinação em continuar apoiando a luta pela erradicação da corrupção em nosso país, na estrita observação do que determina a Constituição.

“Para os males da democracia, mais democracia. Não podemos repetir os erros do passado!", completou.

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