Candidatura de Serra divide a direita e facilita vida de Suplicy à reeleição

A decisão do ex-governador de São Paulo José Serra, de ser o candidato tucano ao Senado, foi recebida com simpatia no comitê do candidato à reeleição na legenda do PT. Eduardo Suplicy tem sido eleito sucessivamente desde 1990 para o cargo, mesmo diante da vitória tucana no Estado ao longo de mais de uma década. Amigo pessoal e aliado político de Serra, Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, manteve sua candidatura à única cadeira vacante no Estado, pela chapa de Paulo Skaf, candidato ao governo pelo PMDB. Antes de saber da decisão de Serra, Kassab disse que somente aceitou a missão porque o padrinho político estava fora da disputa. Após saber da mudança nos planos do tucano, no entanto, o ex-prefeito paulistano não voltou atrás. – Este é um ótimo sinal para o Suplicy, que tem o respeito e a admiração de seu eleitorado, tanto na capital quanto no interior do Estado. A divisão dos votos, à direita, é um ponto positivo para o senador petista – avaliou um dos integrantes da campanha do PT, em São Paulo. O deputado José Aníbal, que postulava a vaga de candidato ao Senado, será o 1° suplente na chapa tucana, e o deputado Marcos Pereira, presidente nacional do PRB, será o 2° suplente. Tempo de TV O ex-governador aceitou disputar o Senado depois que Alkmin interveio na discussão e convenceu os partidos de sua base aliada a não lançar candidatos próprios ao Senado, para preservar o tempo do PSDB na propaganda eleitoral, tanto no rádio quanto na TV. No começo da semana, Serra já havia desistido de disputar o Senado e estava resignado a disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Serra já foi candidato à Presidência da República duas vezes, além de ter disputado a vaga de prefeito de São Paulo na eleição de 2012, perdendo para Fernando Haddad do PT. O tucano já foi governador de São Paulo e prefeito da capital paulista, deixando o cargo nas mãos do vice da época, Gilberto Kassab (PSD), para disputar o governo paulista em 2006. Na convenção que lançou Alckmin à reeleição, no último domingo, Serra não confirmou o cargo que concorreria. Mas a Executiva do PSDB dizia que a vaga de senador aguardava indicação do PTB para ser formalizada. Agora, além de Suplicy, Serra também enfrentará o afilhado político Gilberto Kassab, que concorrerá à mesma vaga pela chapa de Paulo Skaf (PMDB). O PTB, que tende a apoiar José Serra, seguirá junto com os demais partidos da coligação de Alckmin. Serra, por sua vez, deve dividir palanque com o PSB de Eduardo Campos, que resolveu indicar o vice de Alckmin na coligação, em troca de apoio dos tucanos para a candidatura do ex-governador pernambucano.