Cannes exibe fitas novas do velho Cinema Novo

O Festival de Cannes, que começa no mês que vem, vai exibir filmes do Cinema Novo. Não, não é mentira. Trata-se de seis fitas em cópias restauradas. Elas são: Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe, Vidas Secas, Bye Bye Brasil, Dona Flor e Seus Dois Maridos e Cinema Falado (?). Glauber Rocha, autor dos dois primeiros títulos, ainda vai ter como homenagem a exibição de Glauber, o Filme - Labirinto do Brasil, de Silvio Tendler, que mais parece o oposto.
 
Enfim, o primeiro movimento que exportou o cinema brasileiro continua abafando. Seu grande líder, Glauber, também. E para não dizer que Cannes se limitou a passar produções cinemanovistas, temos o filme do Bruno Barreto (Dona Flor) que tem como maior característica o grande sucesso junto ao público. Já Cinema Falado, de Caetano Veloso...
 
Deve sugerir em Cannes que nem só de Cinema Novo vive o filme brasileiro. Não é a toa que a primeira coisa que perguntaram lá para Fernando Meirelles, ao exibir Cidade de Deus, foi: qual a semelhança com o cinema de Glauber Rocha?
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A dica vai um pouco atrasada. O quarto disco de Carol Saboya, Presente, lançado em 2003, é uma boa alternativa para driblar o marasmo de cantoras como Ana Carolina e Adriana Calcanhoto. Filha do músico Antônio Adolfo, Carol tem um currículo respeitável, já tendo gravado com o guitarrista Nelson Faria (Carol Saboya e Nelson Faria interpretam Tom Jobim). Presente traz um repertório eclético, com versões competentes e suaves de A Mais Bonita (Chico Buarque), Mistério do Universo (Novos Baianos) e Por Causa de Você, Menina (Jorge Ben). O disco ainda traz a participação de Ed Motta.