Casa Abrigo Lar da Mulher é referência de resiliência para vítimas de violência doméstica

Arquivado em:
Publicado Quarta, 22 de Maio de 2019 às 10:20, por: CdB

O espaço é responsável pelo acolhimento de vítimas que não têm um local seguro para ficar a partir do momento que rompem com o ciclo da violência.

Por Redação, com ACS - de Rio de Janeiro

Desde janeiro deste ano, a vida de Ana* mudou. Vítima de violência doméstica, a mulher é uma das 13 moradoras da Casa Abrigo Lar da Mulher, instituição gerida pelo Riosolidario que tem a primeira-dama do estado, Helena Witzel, como presidente de honra. O espaço é responsável pelo acolhimento de vítimas que não têm um local seguro para ficar a partir do momento que rompem com o ciclo da violência.
lar.jpg
O espaço é responsável pelo acolhimento de vítimas que não têm um local seguro para ficar
- Minha experiência no Casa Abrigo Lar da Mulher tem sido positiva. É um lugar acolhedor e com profissionais muito competentes. Vim com meu filho para cá e temos uma rotina, que inclui a vida escolar dele. Cheguei com a alma em pedaços e hoje já tenho conseguido ver novos caminhos para a minha vida. Que bom que existem locais como este, que acolhem àquelas que saem do ciclo da violência. Temos que ter coragem para isso – contou Ana, mãe de uma criança de 10 anos, que mora com ela no local. Com 12 anos de existência, a Casa Abrigo Lar da Mulher tem a missão de receber as mulheres que sofreram algum tipo de violência doméstica e seus filhos menores de idade. Encaminhadas pelos centros especializados e de abrigamento provisório do sistema judiciário do Rio de Janeiro, as vítimas estão protegidas 24 horas por dia e encontram no local, além de uma moradia, uma rede de apoio completa. - Quando as vítimas chegam à Casa Abrigo, parte delas já não têm nenhuma alternativa de acolhimento. Aqui, são atendidas pela equipe técnica e recebem diversos tipos de auxílios como, por exemplo, de saúde, jurídico, trabalhista, entre outros. Além disso, caso precisem sair, são acompanhadas pelas nossas equipes para que a integridade física delas seja preservada – afirmou a diretora da instituição, Sueli Ferreira.

Trabalho multidisciplinar

Desde a criação da Casa Abrigo Lar da Mulher, em 2007, até hoje, já passaram pelo local cerca de duas mil residentes com os filhos. Com a faixa etária entre 18 e 35 anos, as vítimas permanecem, em média, seis meses no abrigo. Durante o período, é fundamental o trabalho da equipe multidisciplinar, entre assistentes sociais, pedagogos e psicólogos. - Falamos muito sobre a palavra resiliência porque é o sentimento que elas devem ter diante desta nova configuração da vida. Elaboramos com as vítimas um plano de inclusão social para que possam construir uma porta de saída segura. Além disso, trabalhamos o resgate do afeto entre mãe e filho. As mulheres chegam muito fragilizadas à Casa Abrigo e, algumas delas, têm uma situação de vulnerabilidade social grande – detalhou a assistente social, Marta Pereira, que ainda acrescentou: - A decisão da mulher em buscar a Casa Abrigo é muito valorizada por nós porque mostra um ato de coragem destas vítimas em romper o ciclo da violência. As mulheres saem agradecidas porque, embora o tema seja violência, o local é de amor. Cada vítima acolhida é um desafio, pois cada uma tem uma demanda diferente. É preciso encorajar estas mulheres e estamos devolvendo a dignidade que falta a elas – completou. *Nome fictício.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo