Chanceler israelense: 'Tempo para desarmar militantes está acabando'

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Publicado Terça, 15 de Julho de 2003 às 15:59, por: CdB

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalom, disse nesta terça-feira que o tempo para que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) comece a desarmar militantes islâmicos está se esgotando. Ainda nesta terça, um grupo radical palestino assumiu a responsabilidade pelo assassinato a facadas de um israelense que estava sentado com a namorada num banco na orla de Tel-Aviv.

A tensão aumenta num momento no qual persiste o impasse sobre a implementação do chamado roteiro para a paz. Os palestinos rejeitam o uso da violência para reprimir grupos armados e os israelenses recusam-se a retirar suas tropas das cidades palestina da Cisjordânia.

O impasse levanta dúvidas sobre a manutenção em vigor de uma trégua de duas semanas que levou a uma diminuição significativa da onda de violência.

O cessar-fogo dos principais grupos armados palestinos possibilitou a implementação do roteiro para a paz, um plano elaborado pelo chamado Quarteto de mediadores estrangeiros, composto por Estados Unidos, Rússia, União Européia (UE) e Organização das Nações Unidas (ONU).

O plano tem como objetivos o estabelecimento de um Estado palestino soberano e independente até 2005 e a assinatura de um acordo de paz definitivo entre as partes em conflito.

Entretanto, líderes palestinos e grupos militantes insistem que Israel precisa libertar cerca de 7.000 prisioneiros palestinos para que a trégua continue em vigor. A questão não é abordada pelo roteiro para a paz e Israel insiste que não libertará nenhum suspeito de envolvimento em ataques contra israelenses.

O primeiro-ministro da ANP, Mahmoud Abbas - visto como moderado e apoiado por EUA e Israel - também resiste ao uso da violência para desarmar os grupos islâmicos e tenta contê-los por meio da persuasão. Ele teme que uma eventual repressão desencadeie uma guerra civil.

Num sinal da crescente impaciência por parte de Israel, Shalom alertou nesta terça-feira que, se a ANP não agir em breve, "tudo vai explodir".

Shalom disse que israelenses e palestinos têm um entendimento informal de que os palestinos tinham três semanas após o cessar-fogo para começar a desmantelar os grupos islâmicos.

- Essas três semanas terminam no fim de semana - lembrou ele à Rádio do Exército de Israel.

O ministro palestino de Exterior, Nabil Shaath, disse nesta terça que a ANP está comprometida com o cessar-fogo e trabalhará para que ele funcione.

Houve alguns ataques esporádicos desde que grupos militantes declararam um cessar-fogo em 29 de junho. Um búlgaro foi confundido com um israelense e assassinado no dia em que a trégua entrou em vigor. Dias depois, uma mulher morreu enquanto assistia à televisão quando um homem-bomba suicidou-se em frente à sua casa. Hoje, um israelense de 24 anos foi esfaqueado e morto em Tel-Aviv.

No último ataque, um palestino armado com uma adaga tentou entrar num restaurante na zona sul de Tel-Aviv. Um segurança tentou impedi-lo e foi ferido levemente no pescoço. Na fuga, ele passou por Amir Simhom, de 24 anos, que estava sentado com sua namorada, Shalhevet Ulkashi, num banco em frente à praia, informou a polícia.

O homem armado tentou esfaquear Shalhevet, mas Simhom impediu o ataque colocando seu corpo na frente. Ele sofreu ferimentos fatais, prosseguiu a polícia. A ação foi reivindicada pelo grupo Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.

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