China e Rússia ampliam reservas em ouro na aposta contra o dólar

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Publicado Sexta, 19 de Agosto de 2016 às 12:07, por: CdB

A China e a Rússia, primeiro e terceiro produtores mundiais, estão igualando os países ocidentais nos estoques de metais preciosos em suas reservas oficiais

 
Por Redação, com agências internacionais - de Moscou, Pequim e São Paulo
O mercado acionário chinês reverteu as perdas vistas durante a sessão e fechou com leves altas nesta sexta-feira, acumulando ganhos na semana. Mas, a despeito das ações coordenadas junto ao mercado acionário, a China tem ampliado, dia após dia, a sua reserva em ouro.
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Em uma reportagem especial, distribuída nesta sexta-feira, a agência russa de notícias Sputnik News esclarece o que são as reservas internacionais, mostra como de fato são e observa a política de alguns países levando em consideração o gerenciamento de suas reservas. O que são as reservas internacionais? Reservas internacionais correspondem aos ativos líquidos da nação, em outras palavras, são os depósitos em moeda estrangeira, como dólar norte-americano, euro e outras moedas; títulos e ouro. As reservas internacionais de um país estão em constante mudança de nível, em alta ou em queda, em conformidade com a política do banco central do país, que gera as reservas. Por que o banco central gasta as reservas? Nas economias mundiais, por mais avançadas que elas sejam, crises e choques econômicos são presentes. Todos os países contam com reservas especiais para prevenir sua economia de choques por meio de intervenções monetárias. Em outras palavras, em dias difíceis, o país compra sua moeda nacional com moeda estrangeira, provida das reservas, no intuito de suportar a demanda da moeda nacional. Consequentemente, tais intervenções asseguram a estabilidade da economia do país. O banco central pode utilizar as reservas para outros fins, que tenham como intuito, estabilizar a economia nacional. Em caso de “queda” econômica, o cofrinho financeiro das reservas internacionais ampara a nação. Como países acumulam moedas estrangeiras para garantir a manutenção de grandes reservas? Tudo está relacionado à política monetária governamental. As economias que são baseadas na prática de exportação, possuem reservas que suportam o país por um tempo limitado, pois o preço dos bens exportados geralmente é baixo demais para a economia nacional. Se o país possui grandes reservas, a população não chega a sofrer pressão financeira ou dificuldade alguma. A Noruega é um exemplo de política monetária sustentável, país exportador de petróleo. Em caso de queda no preço do petróleo, as reservas do país são suficientes para pagamento de todos os gastos públicos. Neste ano, a Noruega chegou até a aumentar o valor de pensões e pagamentos no setor social. A Venezuela seria um exemplo de economia com reservas insuficientes. Atualmente, o país se encontra em grave crise econômica. Os venezuelanos sofrem com a falta de alimentos, a taxa de desemprego nacional só aumenta e a moeda venezuelana enfrenta alta desvalorização.

O ouro nas reservas oficiais

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As reservas mundiais de ouro têm aumentado, diante dos riscos de um colapso do dólar no mercado de câmbio
A China e a Rússia, primeiro e terceiro produtores mundiais, estão igualando os países ocidentais nos estoques de metais preciosos em suas reservas oficiais. Pequim e Moscou acumulam estoques de ouro por uma variedade de razões. Uma delas é que suas economias nacionais dependem historicamente das cotações do dólar norte-americano. Esta dependência se revela mais aguda em tempos de crises econômicas ou em casos de inflação cambial. Vale a pena assinalar que o dólar se tem desvalorizado em 30% no prazo dos últimos 15 anos, e perdeu até 97% do seu poder de compra durante o século, o que torna a moeda norte-americana não tão atraente como parece à primeira vista. A China e a Rússia parecem estar seguindo uma campanha estratégica para contrariar o peso do dólar em suas reservas. No ano passado, a China divulgou uma informação sobre suas reservas de ouro, revelando o volume de 1.658 toneladas, em junho de 2015, contra o montante anteriormente relatado de 1.054 toneladas. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que registra os volumes de ouro de todos os países em cada mês, a China estava comprando quantidades mensais de cerca de 11 toneladas de janeiro a abril de 2016, mas parou de o fazer para as suas reservas em Maio. Em comparação com a China, a Rússia tem registrado maiores volumes de compras mensais de ouro entre janeiro e junho de 2016, de 14 toneladas por mês, de acordo com os últimos dados do FMI. No entanto, tendo 300 toneladas em suas reservas ouro a menos do que a China, a Rússia ainda precisa continuar suas compras de ouro por seis anos para igualar os montantes de ouro da França e Itália.
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