Cientistas comprovam que maconha é eficaz contra a dor

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Publicado Segunda, 13 de Agosto de 2001 às 13:13, por: CdB

Os mecanismos de combate à dor, contidos na maconha (cannabis ativa), foram objetos de estudo por parte da equipe de cientistas liderada pelo doutor Benjamin Cravatt, do Instituto de Pesquisa de La Jolla, Califórnia. Eles constataram que a substância ativa deste cânhamo, o tetrahydrocannabinol (THC), tem uma variedade de efeitos. Reduz a dor, abaixa a temperatura de corpo e realça o apetite. Consegue tais sintomas ligando-se às células no cérebro chamado receptors de canabinoides. Entretanto, o uso medicinal da marijuana é altamente controverso, e mesmo alguns dos advogados da droga admitem que sua ação é menos específica do que os médicos desejariam. "Aproveitar a supressão da dor sem os efeitos psicoativos da droga seria útil", diz Benjamin Cravatt. Mas os receptores do canabinóide são difundidos no cérebro e no sistema imunológico, o que impede a separação dos efeitos desejados do THC dos demais. Agora a equipe de Cravatt, junto com Billy Martin e Aron Lichtman da Universidade de Virgínia, em Richmond, tropeçou em uma nova estratégia, que consiste em aproveitar fontes do próprio corpo que catalizem estes compostos derivados do THC, como a anandamide. Os cientistas fizeram a descoberta em ratos geneticamente projetados com um gene inserido capaz de codificar uma proteína chamada fatty (fatty acid amide hydrolase - FAAH). Estes ratos passaram então a produzir uma quantidade extra de anandamide, que inibe a ação da FAAH. Sem contar este gene corrompido, os ratos eram normais. "Não se tornaram animais catatônicos ou inutilizados, mas tiveram o ponto inicial da dor elevado", diz o cientista. - Este é um resultado importante. Mostrou que a inibição da FAAH pode ser um poderoso composto contra a dor, com poucos efeitos colaterais. Os efeitos supressores da dor foram completamente desativados com a injeção de uma droga que obstrui os receptores, no caso, as anandamides. Estes ratos serão uma descoberta importante para saber como os cannabinoids trabalham - afirma o médico George Kunos, do Instituto Nacional de Saúde, em Washington, DC.

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