Cineasta é contra privatização de universidades e apóia estudantes no Irã

Arquivado em:
Publicado Terça, 15 de Julho de 2003 às 01:05, por: CdB

Abbas Kiarostami, o mais celebrado cineasta iraniano, decidiu falar. E não se tratam apenas de declarações sobre a peça teatral Ta'ziyeh, a primeira de sua carreira.
 
O diretor, que sempre evitou comentários sobre política, não hesitou em falar do assunto para o jornal inglês The Guardian depois que recentes manifestações estudantis tumultuaram o Irã.

- Os protestos dos estudantes são uma reação natural depois de seis anos de governo de Mohammad Khatami. É claro que ele não está mantendo as promessas que fez quando foi eleito - disse o cineasta, apoiando a posição dos estudantes contrária à proposta de privatização das universidades do país.

- Nossa revolução foi em favor dos pobres, dos despossuídos. Meu pedido, então, é que o governo se mantenha fiel a seus princípios - completou.
 
As opiniões políticas de Kiarostami voltam a ser exibidas de forma mais característica e oblíqua na peça Ta'ziyeh, que está sendo dirigida por ele em Roma.
 
Ta'ziyeh tem seu repertório composto por mais de 200 textos, mas todos focam um único evento: o assassinato de Hussein, filho de Ali e neto do profeta Mohammed, em 680 A.C. Mesmo no Irã shiita, as autoridades nem sempre vêem com bons olhos o culto a Hussein.
 
- Ele é o líder dos despossuídos - afirma Kiorastami, encontrando um ponto de ligação com os recentes acontecimentos no país.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo