Ciro faz crítica ao modelo de privatização feito no país

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Publicado Quarta, 16 de Julho de 2003 às 15:49, por: CdB

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou nesta quarta-feira, que o governo do presidente Lula vai "rebelar-se contra as interdições que impedem o Brasil de crescer".

Ao falar para empresários e executivos de empresas do setor de infra-estrutura, entre os quais o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Luís Fernando Reis, ele criticou o modelo de privatização imposto ao país pelo governo anterior, que "tornou dinâmico o que já era dinâmico" em detrimento das áreas economicamente deprimidas.

E fez uma conclamação aos empresários para que se unam ao esforço do atual governo, que pretende construir uma parceria público-privada com o objetivo de enfrentar e vencer os graves problemas da infra-estrutura logística do Brasil.

Ciro Gomes falou no seminário Infra-Estrutura Logística como Fator de Desenvolvimento, promovido pelo jornal O Dia, do Rio de Janeiro, com o apoio da Federação do Comércio. Ao longo da exposição, o ministro lamentou que boa parte da elite brasileira, incluindo parcela do seu empresariado, tenha sucumbido às idéias da globalização, "uma ideologia de quinta categoria que nos venderam como ciência".

Na crítica ao modelo de privatização de ferrovias e rodovias, Ciro lembrou que somente "o filé" desses setores foi transferido para a iniciativa privada, restando ao Estado "apenas o osso". Como exemplo, citou a BR-116, cujo filé - a Via Dutra, estrada de maior tráfego do país - foi privatizado, enquanto o osso - o trecho entre Governador Valadares, em Minas Gerais, e Cabrobó, no sertão de Pernambuco - "está lá, cheio de buracos, quase intransitável, onerando os custos do frete, sem que por ele se interesse o setor privado".

- Com muita eficiência e discrição, o Governo do presidente Lula está desenhando um novo modelo para o setor, o qual, além de inaugurar uma nova parceria do Estado com a iniciativa privada, estabelecerá um novo marco regulatório para evitar que se repitam os erros do modelo anterior - afirmou.

O ministro da Integração Nacional anunciou que as futuras Superintendências de Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste - Sudam e Sudene - apoiarão, via incentivos fiscais ou através do crédito, projetos de infra-estrutura, da mesma maneira que os fundos constitucionais do Norte (FNO), do Centro-Oeste (FCO) e do Nordeste (FNE) também já estão aptos a financiar esses projetos.

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