Comemorações da vitória de Bashar Al Assad deixam mortos e feridos

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Publicado Quinta, 05 de Junho de 2014 às 07:53, por: CdB
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O observatório acusou a milícia pró-governamental shabiha de ser a autora dos disparos
Houve confronto durante a celebração da vitória eleitoral do presidente Bashar Al Assad, pelo menos dez pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas na Síria , informou nesta quinta-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Entre as vítimas, cujas mortes foram provocadas por tiros, há um menor, um jogador de futebol e um cinegrafista da televisão Al Itiyah, indicou o OSDH. De acordo com a organização, os disparos ocorreram na capital do país, Damasco; em Alepo, no Norte; e nas províncias costeiras de Latakia e Tartus, regiões controladas pelo regime de Assad. O observatório acusou a milícia pró-governamental shabiha de ser a autora dos disparos. Nessa quarta-feira, antes do anúncio dos resultados, o próprio Bashar Al Assad pediu, em comunicado, que a população se contivesse e evitasse disparos para o ar, de forma a não colocar vidas em perigo. Assad foi reeleito com 88,7% dos votos, muito à frente dos seus dois adversários, o deputado da oposição tolerada pelo regime, Maher Abdel Hafez Hayar, e o ex-ministro Hassan Abdallah Al Nuri. A eleição foi feita apenas nas zonas controladas pelo regime de Assad, a primeira em mais de meio século com mais de um candidato. A participação da população foi 73,42%. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos classificou as eleições como uma "farsa" e disse que muitas famílias foram votar por medo de serem detidas por forças leais ao governo caso não o fizessem. A guerra civil na Síria começou em 2011 e já deixou mais de 160 mil mortos, 4,5 milhões de deslocados internos e 3 milhões de refugiados. Reeleito O presidente da Síria, Bashar Al Assad, foi reeleito para um novo mandato de sete anos com 88,7% anunciou nesta quarta-feira o presidente do parlamento do país, Mohammad Al Lahham. Os outros dois candidatos, Hassan Al Nouri e Maher Al Hajjar, obtiveram 4,3% e 3,2% dos votos, respectivamente. Estas foram as primeiras eleições sírias com mais de um candidato em mais de 50 anos. Antes da divulgação dos resultados, o Tribunal Constitucional Eleitoral tinha anunciado que a taxa de participação nas presidenciais sírias atingiu os 73,42%. Dos 15,8 milhões de sírios chamados às urnas em plena guerra civil, 11,6 milhões participaram da votação, segundo detalhou porta-voz do tribunal, Maged Khadra. Houve 442.108 votos nulos, o que corresponde a 3,8% do total. As eleições, organizadas nas zonas controladas pelo regime no país em guerra há três anos, foram classificadas de “vergonha” pelos Estados Unidos e de “farsa” pela oposição. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que os resultados do pleito não serão reconhecidos. Em 2007, a taxa de participação no referendo que reconduziu Bashar Al Assad, no poder desde 2000, foi de 95,86%. O conflito na Síria já fez mais de 162 mil mortos, entre os quais 53.978 civis, e milhões de deslocados e refugiados desde março de 2011, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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