Milhares de pessoas tomaram as ruas em Montevidéu, no Uruguai, para protestar contra a crise econômica no país. Os protestos de quinta-feira coincidiram com uma greve geral de 4 horas. Convocado por 42 sindicatos, o movimento só não contou com a adesão de parte dos bancários e dos funcionários da saúde e da educação. Os manifestantes mais violentos atiraram pedras e saquearam supermercados, padarias, açougues e até uma pizzaria, antes de serem controlados pela polícia. A insatisfação da população aumentou com a instituição do feriado bancário - uma tentativa do governo uruguaio de evitar que os correntistas corram aos bancos em massa parar retirar seu dinheiro. Inicialmente, o governo anunciou que os bancos só ficariam fechados na terça-feira, mas o feriado acabou sendo estendido para toda a semana. Apenas os caixas eletrônicos voltaram a funcionar na quarta-feira para que os uruguaios pudessem sacar seus salários. "Nossa intenção é, acima de tudo, criar um espaço de respiro (na economia)", afirma o ministro da Economia do Uruguai, Alejandro Atchugarry. O governo teme que uma corrida aos bancos possa provocar um colapso do sistema bancário. Mas, assim como o Brasil, os uruguaios receberam uma mensagem de alívio do FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta quinta-feira. Na mesma entrevista que usou para se retratar das críticas ao Brasil, o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill, afirmou apoiar a ajuda financeira a países latino-americanos que "tomem os passos certos para construir economias fortes". Segundo relatos da imprensa uruguaia, graças à pressão de O´Neill, o FMI deve liberar empréstimo de US$ 1,5 bilhão ao país. Um porta-voz do FMI disse na quinta-feira que o Fundo está considerando a concessão de novos empréstimos ou a antecipação de recursos já prometidos. Em recessão há três anos, a economia uruguaia foi ainda mais prejudicada pela crise econômica na Argentina e, agora, no Brasil.
Rio de Janeiro, Quinta, 18 de Abril de 2024
Crise uruguaia entrou na fase dois
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Publicado Sexta, 02 de Agosto de 2002 às 05:02, por: CdB
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