Criticado até pelo papa, Bolsonaro perde eleitores a cada nova polêmica

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Publicado Sábado, 10 de Agosto de 2019 às 14:32, por: CdB

A cada nova polêmica, que envolvem questões de gênero e até observações escatológicas sobre o cuidado com o meio ambiente, Bolsonaro se distancia de parcela de seu eleitorado. Neste sábado, o brasileiro foi alvo de críticas veladas do Santo Padre.

 
Por Redação - de Brasília
  Na pesquisa que corretora de valores XP Investimentos divulgou, na véspera, a avaliação do governo Jair Bolsonaro segue ladeira abaixo. Segundo o estudo, 38% avaliam como ruim ou péssima a gestão do mandatário neofascista, 3 pontos percentuais acima do que mostrou a pesquisa de julho.
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Bolsonaro, cada vez mais enfraquecido no Congresso, é derrotado em seu principal mote de campanha
A aprovação do governo Bolsonaro também oscilou negativamente em 1 ponto percentual. Passou de de 34% para 33%, enquanto 27% dizem que o governo é regular e outros 2% não sabem ou não responderam. Considerando a margem de erro de 3,2 pontos, permanece o empate técnico entre rejeição e aprovação.

Papa

A cada nova polêmica, que envolvem questões de gênero e até observações escatológicas sobre o cuidado com o meio ambiente, Bolsonaro se distancia de parcela de seu eleitorado. Neste sábado, o brasileiro foi alvo de críticas veladas do Santo Padre. Em entrevista concedida ao jornal italiano La Stampa, o papa Francisco criticou o nacionalismo exacerbado e os efeitos do populismo. — O soberanismo é uma atitude de isolamento. Estou preocupado porque se ouvem discursos que se assemelham aos de Hitler em 1934. ‘Primeiro nós. Nós… nós…’: são pensamentos que dão medo. O soberanismo é fechamento. Um país deve ser soberano, mas não fechado. A soberania deve ser defendida, mas também devem ser protegidas e promovidas as relações com os outros países, com a Comunidade Europeia. O soberanismo é um exagero que sempre acaba mal: leva às guerras — afirmou o líder religioso.

Encíclica

Para o Papa, o exagero na defesa das identidades pode resultar em posições isolacionistas. — A identidade é uma riqueza – cultural, nacional, histórica, artística –, e cada país tem a sua própria, mas deve ser integrada ao diálogo. Isto é decisivo: a partir da própria identidade, é preciso abrir-se ao diálogo para receber algo maior das identidades dos outros. Nunca nos esqueçamos de que o todo é superior à parte — acrescentou. O Papa também falou a respeito do Sínodo da Amazônia, encontro que será realizado em outubro tendo como tema  “Amazônia: novos caminhos para a igreja e para uma ecologia integral”. — Quem não a leu nunca entenderá o Sínodo sobre a Amazônia. A ‘Laudato si’ não é uma encíclica verde, é uma encíclica social, que se baseia em uma realidade ‘verde’, a proteção da Criação — concluiu.
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