David Cameron promete referendo sobre UE e mais poderes para Escócia

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Publicado Sexta, 08 de Maio de 2015 às 07:38, por: CdB
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Premiê britânico, David Cameron, e a mulher, Samantha, posam em frente ao número 10 de Downing Street, em Londres
  O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que vai levar em frente os planos de realizar um referendo sobre a participação do país na União Europeia e prometeu à Escócia a maior concessão de poderes "em qualquer parte do mundo", após vencer as eleições de forma incontestável. - Sim, nós vamos cumprir o referendo sobre nosso futuro na Europa - disse Cameron em pronunciamento à imprensa após visitar a rainha Elizabeth para dar início ao processo de formação de um novo governo. Cameron disse que vai avançar o mais rapidamente possível com os planos de conceder mais poderes à Escócia, que votou em peso no Partido Nacional Escocês, pró-independência. - Na Escócia, nossos planos são criar o mais forte governo descentralizado em qualquer parte do mundo, com poderes importantes sobre taxação, e nenhum acordo constitucional será completo se não oferecer também igualdade à Inglaterra - disse. Vitória confortável O primeiro-ministro britânico, David Cameron, obteve uma inesperada vitória confortável nas eleições nacionais, superando previsões de que a votação seria a mais acirrada em décadas, para renovar seu mandato por mais cinco anos e derrotando a oposição trabalhista com sobras. A libra, os títulos e as ações da Grã-Bretanha subiram devido ao resultado que reverteu as expectativas apontadas pelas pesquisas de um Parlamento indefinido, em que Cameron teria que disputar o poder com o rival trabalhista Ed Millband. Em vez disso, Cameron agora vai se encontrar com a rainha Elizabeth nesta manhã para aceitar um novo mandato no governo. - Esta é a vitória mais doce de todas - disse a apoiadores na sede do partido. "A verdadeira razão para celebrar nesta noite, a verdadeira razão para se orgulhar, a verdadeira razão para se animar é que vamos ter a oportunidade de servir novamente ao nosso país", completou. A vitória de Cameron também significa que a Grã-Bretanha terá um referendo prometido pelo premiê sobre a participação na União Europeia. Cameron disse que quer continuar no bloco, mas somente se puder renegociar a relação britânica com a UE. Cameron retornou, sorrindo ao lado da esposa, Samantha, ao gabinete em Downing Street nesta sexta-feira. Ele deve declarar a vitória em frente à porta preta do número 10 da Downing Street após o encontro com a rainha. Faltando conhecer os vencedores de apenas 10 dos 650 assentos do Parlamento, os conservadores conquistaram 325 vagas, de acordo com os resultados anunciados nesta sexta. O partido Trabalhista estava bem atrás, com 228. Na prática, o número é suficiente para uma maioria efetiva dos conservadores, uma vez que quatro parlamentares do Sinn Fein, da Irlanda do Norte, vão recusar seus assentos em Westminster e com mais vagas ainda por vir para os conservadores.  Pesquisa: previsões erradas Os eleitores da Grã-Bretanha impuseram um golpe doloroso não apenas no Partido Trabalhista, mas também nos institutos de pesquisa de intenção de voto, que tinham sugerido um resultado muito diferente para a eleição de quinta-feira. Com os votos apurados em quase todos os 650 departamentos eleitorais, os conservadores estavam prestes a obter maioria no Parlamento, com um total de mais de 326 cadeiras, enquanto a bancada da oposição trabalhista definhava, com quase 100 assentos a menos. O resultado foi recebido com uma surpresa completa, já que por vários meses os institutos de pesquisa apontavam que os dois grandes partidos estavam empatados e nenhum deles chegaria perto de conquistar uma maioria absoluta. "Há apenas uma pesquisa de opinião que conta, e essa é o dia da eleição", disse o primeiro-ministro David Cameron depois de ser reeleito pela localidade de Witney. Alguns pesquisadores admitiram que algo tinha dado muito errado, e eles ainda não entenderam o quê. "Os resultados eleitorais levantam questões sérias para todos os pesquisadores. Vamos olhar para os nossos métodos e pedir ao conselho britânico de pesquisas que faça uma avaliação", disse o Populus, um dos principais institutos de sondagem de intenção de voto, no Twitter. Outros, como o Survation e o ComRes, defenderam seu trabalho, salientando que acertaram o aumento da bancada do Partido Nacional Escocês e o colapso dos liberais-democratas. Andrew Hawkins, presidente da ComRes, disse que a fragmentação do panorama político trouxe aos pesquisadores "dores de cabeça extra", transformando a eleição em uma "colcha de retalhos de disputas regionais" nas quais as tendências nacionais eram menos relevantes. As pesquisas concordaram em que os conservadores e os trabalhistas estavam empatados ou dentro de uma margem de diferença de 2 pontos um do outro. Na verdade, os conservadores ganharam cerca de 37% dos votos, enquanto os trabalhistas ficaram com cerca de 31%.  
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