Degeneração da espécie

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Publicado Sexta, 11 de Agosto de 2017 às 11:18, por: CdB

O fascínio por riqueza se fez dominante sobre todas as demais causas. Sem dignidade, o poder das armas, de naus ou mercenários, mostrou o caminho da glória.

 

Por Maria Fernanda Arruda - de Itaipava, RJ

 

Nos tempos medievais os homens e nações faziam guerras por causas religiosas, o que era evidente elevação sobre os dos tempos das cavernas em que a disputa se dava por fêmeas. Nas causas religiosas tinham condução de líderes e já eram mais organizados, mas sempre movidos pela cupidez.

O objetivo era o regozijo da conquista. Nunca o da causa que mascarava as ações. Aventureiros se empenharam em causas assim e obtinham reconhecimento de seu monarcas com títulos e honras. A Inglaterra viu por esse meio como engrandecer seus domínios até o ponto de dizer ser o reino 'onde o sol nunca se põe' por ter terras de sua bandeira em todo o curso da luz que banha a terra.

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Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras

E isso virou a política que se animaria mais com o surgimento da burguesia. O fascínio por riqueza se fez dominante sobre todas as demais causas. O poder das armas, de naus ou mercenários, mostrou o caminho da glória. Deu progresso ao conhecimento pelas descobertas e deu muito mais aos cofres dos conquistadores.

Vis políticos

Por esse meio, fizeram seu crescimento em cima de países mais atrasados. Foi padrão dessa ação as chamadas ‘Guerra do Ópio’ com que a China sofreu domínio inglês, intermitente, até que sob liderança de Mao Tse Tung se fez a República Popular. E o país passou a ter sua dignidade recomposta. Foi por meio de lideranças de mesmo teor que outros também obtiveram sua voz.

Vimos na América latina as figuras de Simon Bolivar, San Martin, dando independência a seus países do jugo espanhol, assim como atualmente um Fidel Castro teve o heroísmo de lutar por sua ilha contra um domínio ignominioso praticado pelos EUA. Essas conquistas ainda não significam situação definitiva visto que a luta é de modelo "a eterna vigilância é o custo da liberdade"... porque os países cúpidos continuam em sua luta para domínio.

E, tal se deu na China, usam de meios traiçoeiros como foi com ópio que viciava, a mídia que manipula ou suborno de autoridades, o que ficou mais comum. O Brasil que nunca gerou líderes, padeceu sob ordens portuguesas que indiretamente cumpria as dos ingleses e foi sugado em seus cinco séculos de vida por esse consórcio que nos levou pau-brasil, ouro e pedras preciosas, borracha e, atualmente, a vergonha dos vis políticos e demais segmentos.

Sem dignidade

Estamos como no mato e sem cachorro. Não há voz de comando para a decência e subornos arrastam a togados, fardados e demais degenerados. Houve um Getúlio a quem Brizola seguiu idéias e, com tênue intenção, os petistas Lula e Dilma. Mas as casamatas e escudos do capital internacional predador se fizeram mais fortes nesses lapsos e, hoje, vem com sua força total dilapidar e aviltar nossa sociedade com seus mercenários e prepostos de FIESP e institutos constituídos para esse domínio.

Já podemos sentir saudade de quando pensamos em ter um país com dignidade; hoje entregue aos caprichos da cupidez de dominadores que nos humilha pela venalidade dos pulhas que nos governam.

Maria Fernanda Arruda é escritora e colunista do Correio do Brasil.

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