Delfim:País quebra se novo presidente romper com FMI

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Publicado Quinta, 08 de Agosto de 2002 às 08:31, por: CdB

O deputado federal (PPB) e ex-ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto, disse que "o País quebra" se o vencedor das eleições presidenciais romper o acordo de 15 meses assinado ontem com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O acordo condiciona o desembolso de 80% dos recursos de US$ 30 bilhões para o próximo ano. Segundo Delfim, o Brasil precisava "desesperadamente" do apoio do FMI, "pois não havia outra saída". Ele acredita que o FMI deverá induzir os bancos a voltarem a conceder linhas de curto prazo de financiamento de comércio exterior ao Brasil. "E certamente a taxa de câmbio irá cair", prevê. Segundo o deputado, o Brasil pediu socorro ao Fundo três vezes nos últimos oito anos por erros de política econômica. Ele afirma que o congelamento do câmbio e o consumo desenfreado de produtos importados no início do Plano Real acarretou, por exemplo, um déficit (resultado negativo) nas contas externas de US$ 200 bilhões nos últimos oito anos. "E os credores têm o mau hábito de querer receber de volta o que emprestam. Segundo o economista, o acordo com o FMI tira o Brasil de "um grande enrosco produzido pelo governo Fernando Henrique". Delfim observa ainda que o FMI não está interessado em qual candidato vencerá a eleição, mas sim na consistência da política econômica. Apesar da elevada dívida pública mobiliária, Delfim não acredita em confisco das aplicações financeiras. "O que aconteceu no Plano Collor não ocorrerá nunca mais, pois a legislação prevê agora que o alongamento compulsório das aplicações precisaria da concordância do Congresso Nacional", conclui Delfim Netto.

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