Denúncias de corrupção têm impedido decolagem de Alckmin

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Publicado Quinta, 26 de Abril de 2018 às 09:31, por: CdB

Desde que deixou o comando do governo paulista por exigência da legislação eleitoral, em 7 de abril, Alckmin ainda não definiu com aliados uma agenda de pré-campanha.

 

Por Redação - de São Paulo

 

Tucanos cobram uma agenda de candidato do ex-governador de São Paulo e presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, para que ele se viabilize como o nome do centro na disputa pelo Palácio do Planalto, afirmaram à Reuters aliados do pré-candidato.

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Geraldo Alckmin deixou o governo de São Paulo para candidatar-se à Presidência da República

Desde que deixou o comando do governo paulista por exigência da legislação eleitoral, em 7 de abril, Alckmin ainda não definiu com aliados uma agenda de pré-campanha até o registro da candidatura, que ocorrerá apenas entre julho e agosto.

Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 15 de abril, o tucano ainda não decolou. Ele tem 6% de intenção de voto na sondagem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato e chega a 8 por cento, sem o petista.

Tucanos

Na outra ponta, os demais candidatos do chamado centro, como o presidente Michel Temer, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alcançam no máximo 2 por cento nos cenários testados.

A título de comparação, há quatro anos, em sondagem do mesmo instituto, o tucano Aécio Neves tinha 18% de intenção de voto.

Tucanos afirmam que, até o momento, Alckmin não fez campanha e tampouco usou o cargo de governador para se promover. Apontam, no entanto, que chegou a hora de se movimentar.

Desempenho

O presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio, disse que iria cobrar uma agenda, na reunião da bancada federal com o ex-governador.

— Agora é hora de colocar o bloco na rua literalmente, com eventos e atos públicos — disse Sávio.
Convenções

Um dos parlamentares federais mais próximos de Alckmin, o deputado Miguel Haddad (PSDB-SP) afirmou que em alguns dias deve ser fechada uma agenda de pré-campanha, após ouvir dirigentes estaduais e governadores.

Os tucanos têm ainda adotado o discurso de que o desempenho de Alckmin nas pesquisas não é fator de preocupação, calcado na avaliação, já feita pelo próprio pré-candidato, de que a população ainda não voltou sua atenção para o pleito de outubro.

“Temos viagens programadas pelo interior, onde se fala com a mídia regional, se faz reuniões, debates, visita a representação da sociedade civil. É um momento intermediário. Na verdade, a mobilização da opinião pública só vai ocorrer a partir das convenções em julho”, disse o secretário-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana (MG).

Justiça

Ele aponta ainda que o partido tem articulado para ter palanques estaduais fortes. Em alguns casos, como São Paulo e Minas, disse ele, a situação está mais madura. Em outros, como Bahia e Rio de Janeiro, nem tanto.

Além dos esforços de articulação; analistas apontam que os recentes problemas de lideranças tucanas na Justiça — como os ex-presidentes do partido Aécio Neves e Eduardo Azeredo— podem ser um obstáculo para Alckmin. Aliados do tucano, no entanto, procuraram minimizar esse tema.

Ainda não há, porém, uma definição sobre se a melhor estratégia para Alckmin é que haja uma convergência do chamado centro. E se isso já ocorreria no primeiro turno; ou se o melhor é deixar que uma eventual união ocorra apenas no segundo.

— Seria muito mais estratégico, portanto, que buscássemos uma convergência de pensamento. Melhor isso do que ir tentar trazer essas candidaturas de imediato — disse Sávio.

Segundo turno

Pestana, por sua vez, prevê riscos de que uma pulverização no centro. E que isso acabe, enfim, deixando esse campo político sem representantes no segundo turno da eleição.

— Eu acho que o centro democrático e reformista, os agentes desse polo político; não vão querer ser responsáveis por um resultado muito ruim. Este seria, portanto, levar para o segundo turno candidatos que não refletem as necessidades do país — disse o secretário-geral tucano.

Segundo Pestana, não está descartada uma nova união entre PSDB e DEM. Questionado se Alckmin é o nome natural dessa convergência de candidatos de centro; o secretário-geral foi cauteloso. Disse que isso seria um “exercício de arrogância”.

— Penso que ele (Alckmin) é hoje quem melhor aparece nas pesquisas e tem uma retaguarda mais sólida. Mas nós temos que discutir isso abertamente com os aliados — destacou.

Também não há nenhum acerto, por ora, de quais partidos devem fechar aliança formal com o tucano. Os mais próximos são o PTB, cujo presidente da legenda, Roberto Jefferson, é um dos principais entusiastas da campanha de Alckmin; e o PSD, partido do ministro Gilberto Kassab.

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