Denúncias de Frota incriminam aliados de Bolsonaro no caso Itaipu

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Publicado Quarta, 14 de Agosto de 2019 às 11:02, por: CdB

Expulso do PSL, o deputado Alexandre Frota promete aprofundar as denúncias contra o senador Major Olímpio (PSL-SP), aliado de primeira hora do presidente Bolsonaro.

 
Por Redação - de Brasília
  Assim que assinar a ficha de filiação com o PSDB nos próximos dias, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, o deputado Alexandre Frota (Sem Partido) ampliará as denúncias contra o senador Major Olímpio (PSL-SP), que teria influído na construção de um contrato assinado por seu suplente, o empresário Alexandre Giordano (PSL-SP), lesivo ao Tesouro do Paraguai. O acordo foi anulado, mas suas consequências permanecem e causam instabilidade política no país vizinho.
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Líder do Governo no Senado, Major Olímpio (PSL-SP) foi citado no escândalo que envolve o governo do Paraguai e a hidrelétrica de Itaipu
Segundo Frota, o “suplente de Major Olímpio é peça chave no escândalo de Itaipu que pode levar a impeachment de presidente do Paraguai”. “Major, seu sócio declarou na Piauí que não conhece Eduardo? Mas o Partido está em uma sala do Giordano em Santana esqueceu?”, questionou o parlamentar, semana passada, em um movimento que apressou sua expulsão da sigla a que o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos estão filiados.

Energia

Frota endossou a informação de que Giordano teria sido o intermediário do “esquema que alterou o acordo de Itaipu com o objetivo de favorecer a empresa Léros, que teria vínculo com a Família Bolsonaro. O acerto foi cancelado após o escândalo estalar uma crise no Paraguai que ameaça o presidente Mario Abdo e seu vice com um processo de impeachment”, segundo adiantou a revista eletrônica Fórum. As declarações de Frota lhe renderam um processo, movido por Olímpio, junto ao Conselho de Ética da Câmara. Embora tenha sido cancelado, o acordo lesivo aos paraguaios será investigado aqui no Brasil. Segundo o tratado, o Paraguai teria que pagar mais caro pela energia excedente da hidrelétrica. O presidente Mario Abdo Benítez, por conta das negociações, foi acusado de traição à pátria por ter assinado com o Brasil o documento que aumenta custos com energia em US$ 200 milhões por ano. Ele ainda responde a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso paraguaio, embora tenha maioria absoluta na composição da Casa.

Renúncia

Em face do escândalo, o deputado Arlindo Chinaglia (PT - SP) fez um requerimento à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, encaminhado nesta quarta-feira. No texto, pede que os ministros de Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima e Leite de Albuquerque, e Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sejam convocados para prestar esclarecimentos sobre o documento, assinado em maio deste ano e anulado em 1º de agosto, unilateralmente, pelo governo paraguaio, assim que eclodiu o escândalo. A presidência da Comissão, procurada pela reportagem do CdB, não retornou com a explicação do porquê da ausência na pauta para esta sessão. No requerimento, Chinaglia afirma que “o documento, assinado sem divulgação à opinião pública pelos governos de Brasil e Paraguai, foi tornado público apenas dois meses após sua assinatura”. Como consequência dos fatos revelados, renunciaram aos cargos o chanceler paraguaio e funcionários de alto escalão do setor elétrico do país, incluindo o presidente da estatal de energia e o presidente local de Itaipu. “Os fortes motivos que ocasionaram essa reação são os mesmos que levaram ao pedido de impeachment do atual presidente da República do Paraguai, Mario Abdo Benítez, acusado de ‘alta traição à Pátria”, acrescenta o parlamentar.
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