Depois de Temer e Serra, Kassab é citado em delação de Odebrecht

Arquivado em:
Publicado Terça, 16 de Agosto de 2016 às 11:56, por: CdB

A tese dos procuradores é de que as doações foram extraídas do montante de propina que a empreiteira desviou nos contratos com a estatal brasileira do petróleo (Petrobras), como contrapartida por algum benefício oferecido por Temer, Serra e Kassab

 
Por Redação - de Brasília
  Depois de revelar o pagamento de propina para o presidente de facto, Michel Temer, no total de R$ 10 milhões, em um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, o empresário Marcelo Odebrecht informou à Justiça que o senador José Serra (PSDB-SP), atualmente no cargo de chanceler, foi beneficiário de uma doação clandestina de R$ 23 milhões, paga, em parte, no exterior. Se não bastasse o envolvimento dos dois principais articuladores do golpe de Estado, em curso no país, ao lado do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Odebrecht aponta a transferência de dinheiro sujo para o ministro provisório das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, fundador do PSD, legenda que sustenta a iniciativa golpista, no Congresso.
serra-kassab.jpg
Ministros de Temer, Serra e Kassab estão citados na delação premiada de Marcelo Odebrecht, junto com o chefe
O Ministério Público Federal, porém, segundo nota de uma colunista do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, na edição desta terça-feira, afirma que “está torcendo o nariz para mais um capítulo da delação premiada que negocia com a Odebrecht: o que inclui o ex-prefeito e hoje ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, no rol dos políticos que receberam recursos da empreiteira", diz a jornalista. "O nome de Kassab surgiu em declarações preliminares de executivos. Os procuradores não aceitam, porém, a tese da empreiteira, adotada também para outros políticos, de que tudo não passou de caixa dois para campanhas eleitorais”. A tese dos procuradores é de que as doações foram extraídas do montante de propina que a empreiteira desviou nos contratos com a estatal brasileira do petróleo (Petrobras), como contrapartida por algum benefício oferecido pelo político. "De acordo com profissional familiarizado com as negociações, 'esse é um dos grandes cabos de guerra do MP com a Odebrecht atualmente: os promotores para tudo exigem o 'ato de ofício', comprovando que para cada real dado pela empresa houve uma retribuição das autoridades políticas'", informa a colunista. Procurado pela reportagem do Correio do Brasil, Kassab afirmou, por meio de sua assessoria, que prefere não falar sobre o processo, em andamento.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo