Desaba confiança do empresariado, tanto no comércio quanto na indústria

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Publicado Quarta, 29 de Abril de 2020 às 12:00, por: CdB

A queda em relação a abril de 2019 chegou a 3,6%. Segundo a CNC, o otimismo dos empresários do comércio foi fortemente afetado pela crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Por Redação - de São Paulo
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 5,3% na passagem de março para abril. É o segundo recuo consecutivo e a maior queda percentual desde abril de 2015, de 6,4%. O dado foi divulgado nesta quarta-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
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Para analistas, haverá uma queda acentuada na produção industrial neste ano, devido à pandemia da covid-19
A queda em relação a abril de 2019 chegou a 3,6%. Segundo a CNC, o otimismo dos empresários do comércio foi fortemente afetado pela crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). Na comparação com março deste ano, houve quedas de 5,1% na confiança em relação ao momento atual, de 6,3% nas expectativas e de 3,2% nas intenções de investimentos. Os componentes que tiveram maiores quedas foram confiança no momento atual da economia, 7,2%, e confiança no futuro da economia, de 7,7%.

Indústria

Na comparação com abril de 2019, foram observadas quedas de 1,1% na confiança em relação às condições atuais e de 7,5% em relação às expectativas. As intenções de investimento ficaram estáveis. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do Brasil, por sua vez, também caiu em abril à maior taxa já registrada na série histórica. O índice atingiu nova mínima recorde, com os efeitos econômicos da pandemia de covid-19 amargando o sentimento dos empresários e elevando a incerteza sobre o futuro do setor. Nesta quarta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o ICI caiu 39,3 pontos em abril, para 58,2 pontos, maior queda já registrada e menor nível do índice desde o início da série histórica, em janeiro de 2001.

Expectativas

“O resultado da sondagem da indústria de abril expressa os efeitos nocivos da crise causada pelo Covid-19 sobre o setor”, disse em nota Renata de Mello Franco, economista da FGV-IBRE. “A confiança dos empresários no momento presente (...) desabou, e o crescimento sem precedentes do pessimismo em relação ao futuro fez com que o IE superasse em mais de 21 pontos seu mínimo anterior.” Em abril, o Índice Expectativas (IE), que mede a percepção dos empresários sobre o futuro da indústria, recuou 46,6 pontos, para 49,6, enquanto o Índice de Situação Atual caiu 31,4 pontos, para 67,4. Ambos atingiram novas mínimas da série histórica em abril. “O cenário para os próximos meses pode gerar novas surpresas negativas caso se mantenha o nível de incerteza elevada”, completou Renata.

Contas públicas

Há semanas, medidas de contenção da pandemia de coronavírus têm interrompido boa parte da atividade econômica, com quarentenas e outras ações de distanciamento social fechando lojas e fábricas e mantendo os consumidores em suas casas. Em linha com as pesquisas divulgadas nesta quarta-feira, o Tesouro Nacional afirmou que, devido aos gastos extras para o enfrentamento da pandemia de covid-19 e a queda de receitas, o déficit nas contas públicas deve se aproximar de R$ 600 bilhões este ano, valor correspondente a cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no pais. Caso a estimativa se confirme, será o maior déficit primário (despesas maiores que as receitas, sem considerar o cálculo os gastos com juros) já registrado. Em 2019, o déficit primário do setor público ficou em R$ 61 bilhões (0,9% do PIB). De janeiro a março, o déficit primário chegou a R$ 2,908 bilhões, contra R$ 9,288 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2019.
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