Desemprego aumenta no nordeste com a crise de energia

Arquivado em:
Publicado Sábado, 25 de Agosto de 2001 às 17:31, por: CdB

Em abril, a taxa já havia batido recorde com 16,97%, recuando em maio para 16,67%. Em junho, entretanto, o índice voltou a subir, batendo em 16,94%. Os dados são da pesquisa do Desemprego e Subemprego no Município de Fortaleza elaborada pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine) e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). Segundo o coordenador técnico do IDT, Inácio Bessa, o número reflete, além da diminuição da inatividade, os efeitos da crise energética. PROCURA AUMENTA - ‘‘As empresas estão segurando a criação de novas vagas’’, explica. ‘‘Com isso, o tempo médio que as pessoas passam procurando emprego tem aumentado’’. Ano passado, o tempo médio de procura por emprego era de 6,59 meses. Atualmente, esse prazo é de 13,05. Ou seja, em média, o trabalhador em Fortaleza passa mais de um ano procurando emprego. A taxa de ocupação em junho foi de 38,26%, número considerado alto. No mesmo período do ano passado, o índice ficou em 37,08%. Da população economicamente ativa de Fortaleza, o contigente de ocupados é de 737.918. INFORMALIDADE - O setor informal registrou taxa de 51,46% em junho de 2000, contra 50,85% este ano. Já a inatividade vem caindo. Foi de 53,41% em junho contra 56,32% no ano passado. ‘‘Esse é um dado que pressiona o mercado de trabalho mas é positivo, já que as pessoas saem da inatividade em busca de emprego’’, afirma o secretário do Trabalho e Ação Social, Edilson Azim Sarriune. Ao todo, em junho, foram 150.405 pessoas pressionando o mercado de trabalho em Fortaleza. A pesquisa indica também que 76,42% do total de desempregados corresponde ao número de pessoas que já tiveram uma ocupação e estão novamente pressionando o mercado procurando emprego. Os outros 23,58% estão em busca do primeiro trabalho. O setor terciário (comércio e serviços), que corresponde a 72% da população ocupada, continua ‘‘segurando’’ o mercado de trabalho em Fortaleza. Apenas o segmento serviços, ocupou 52% da população em junho deste ano, contra 49,57% no mesmo período do ano passado. O subsetor transporte e comunicação lidera com saldo admissional (admitidos menos demitidos) de 1.958. Os números do comércio mantiveram-se praticamente inalterados, com 21,68% do total de ocupados. Já a construção civil confirmou a baixa dos últimos dois anos, caindo de 4,87% ano passado para 4,13% em junho último. NORDESTE - Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o saldo admissional no País até junho está em 573.989. Ano passado, no mesmo período, o saldo era de 590.112. Segundo Bessa, este ano deveria ser um dos melhores em termos de geração de emprego, assim como o ano passado. ‘‘As crises Argentina e energética mudaram o quadro’’, avalia. No Nordeste, o saldo admissional está negativo de 6.947. O coordenador do IDT diz que, em momentos de crise como este, a região é a primeira a sofrer os efeitos. ‘‘E a última a se recuperar’’, acrescenta. Já no Ceará, a balança está positiva até junho, com 4.550.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo