Documentos ligam filho do presidente ao esquema das fake news

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Publicado Terça, 06 de Outubro de 2020 às 14:58, por: CdB

Aos agentes federais, Frota teria apresentado números de IPs de computadores de Brasília e do Rio que teriam participado dos ataques que estão ligados a um e-mail oficial do parlamentar. O depoimento de Frota à PF foi realizado no dia 29 setembro e vazado, na noite passada, a um dos diários conservadores paulistanos.

Por Redação - de Brasília
Uma série de dados revelados no depoimento do deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) à Polícia Federal, nesta terça-feira, coloca o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no centro do inquérito sobre as fake news. O parlamentar, segundo Frota, estaria ligado aos ataques virtuais feitos contra opositores do governo Jair Bolsonaro, nas redes sociais.
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O deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP) comprometeu Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, no inquérito das
Aos agentes federais, Frota teria apresentado números de IPs de computadores de Brasília e do Rio que teriam participado dos ataques que estão ligados a um e-mail oficial do parlamentar. O depoimento de Frota à PF foi realizado no dia 29 setembro e vazado, na noite passada, a um dos diários conservadores paulistanos. Os dados foram obtidos por meio da CPMI instalada pelo Congresso para investigar os ataques virtuais contra as instituições. Segundo Frota, os IPs apontam que diversos computadores estavam instalados em apartamento declarado por Eduardo Bolsonaro à Justiça Eleitoral. Um outro IP estaria localizado na residência do parlamentar, em Brasília.

Suspeitas

Em seu depoimento,  Frota disse que o e-mail bolsonaro.enb@gmail.com, que foi identificado pelo IP utilizado, é o mesmo que foi declarado por Eduardo Bolsonaro ao registrar sua candidatura em 2018. Esta, no entanto, não é a primeira vez que a CPMI aponta supostas ligações dos filhos de Bolsonaro com a propagação de notícias falsas e difamatórias. Em outro episódio, um documento mostrou que um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro usou um computador da Câmara dos Deputados para criar página com ataques pessoais contra adversários políticos. O documento faz parte do conjunto de informações fornecidas à comissão pelo Facebook. A conta, que foi apagada após a divulgação, era chamada “Bolsofeios” e foi registrada a partir de um IP dentro da Câmara. O IP é um número único, usado para identificar cada computador conectado a uma rede.

Notícia falsa

O e-mail do cadastro na página é utilizado por Eduardo Guimarães, secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro. Notas fiscais apresentadas à Câmara por Eduardo Bolsonaro em janeiro mostram que Guimarães usou esse mesmo e-mail como endereço de contato. Ainda na semana passada, o terceiro filho do presidente (’03’) irritou os norte-americanos ao divulgar a notícia falsa de que o veto a turistas brasileiros estava encerrado. Eduardo Bolsonaro precisou pedir desculpas, publicamente. “De fato, não se trata de uma liberação total a turistas brasileiros ainda”, disse ele, nas redes sociais. A confusão irritou profissionais do turismo nos EUA, que começaram a receber “pedidos de brasileiros interessados em viajar”, repercutiu um dos jornais paulistanos, de direita. “A guia Patrícia Toussie, dona da empresa Nyorquina, tentou alertar sobre o erro do deputado nas redes, mas foi criticada por bolsonaristas. — Teve gente que me xingou porque eu questionei de onde ele pegou a informação, que não era oficial — disse, a jornalistas.

Sem retorno

A mensagem do deputado foi publicada apenas alguns dias depois que a própria embaixada dos EUA no Brasil esclareceu detalhes das mudanças no site. “O comunicado do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e a publicação do Departamento de Segurança Nacional dos EUA (DHS) não alteram quem é permitido entrar no país sob proclamação presidencial”, diz a nota da embaixada. A reportagem do Correio do Brasil tentou contato com o deputado, para repercutir os últimos fatos, mas não obteve retorno.
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