Dólar dispara com a derrota do governo na reforma trabalhista

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Publicado Terça, 20 de Junho de 2017 às 11:27, por: CdB

A derrota do governo no Senado acionou o alarme no mercado de câmbio e o dólar subiu em questão de minutos. A reforma trabalhista era tida como matéria fácil no Congresso.

 

Por Redação - de São Paulo

 

O dólar ampliou a alta a cerca de 1,5%, encostando em R$ 3,35, após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitar o texto principal da reforma trabalhista nesta terça-feira. Trata-se de um sinal claro que o governo do presidente de facto, Michel Temer, perde força política no Congresso.

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O dólar subiu diante da derrota do governo na comissão do Senado que avaliava a reforma trabalhista

Às 13:55, o dólar avançava 1,48%, a R$ 3,3336 na venda, depois de atingir a máxima de R$ 3,3426, maior patamar intradia desde 19 de maio (R$ 3,3471). O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,60%.

— O sinal é muito ruim... de perda de força de Temer — afirmou o economista da gestora Infinity, Jason Vieira.

Agenda política

A crise política que acertou em cheio o governo após delações de executivos do grupo J&F soou o alarme entre os investidores sobre o rumo das reformas, em especial da Previdência, no Congresso. Por isso, a cautela tem sido a tônica dos mercados financeiros nas últimas semanas.

Os investidores trabalhavam ainda atentos aos rumos das investigações envolvendo Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal concluiu que há indícios de prática de corrupção passiva de Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, segundo uma fonte.

Ainda na agenda política, há o julgamento do pedido de prisão contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), formulado pela Procuradoria-Geral da República, também no STF.

Mercado cambial

"O apoio da bancada do PSDB é tido como frágil. O desembarque da sigla pode acontecer a qualquer momento", comentou a Correparti Corretora em relatório.

Pela manhã, a alta do dólar também foi influenciada pelo avanço da moeda norte-americana no exterior. Seguia a elevação ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes. Entre eles, o peso chileno e o rand sul-africano.

O BC vendeu, integralmente, a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais (equivalente à venda futura de dólares). Servem para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou US$ 4,100 bilhões do total de US$ 6,939 bilhões que vence no mês que vem.

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