Dólar ensaia recuo frente ao real enquanto ações tentam deslanchar

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Publicado Terça, 19 de Novembro de 2019 às 09:21, por: CdB

A retórica comercial, responsável pela alta do dia anterior, era mais uma vez o centro das atenções nos mercados, com os investidores à espera de novos acontecimentos na prolongada disputa entre as duas maiores economias do mundo.

 
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
  O dólar ensaiava uma queda contra o real nesta terça-feira, depois de fechar em uma máxima recorde na sessão anterior, acima dos R$ 4,20. Os agentes do mercado se mantêm cautelosamente otimistas em relação à guerra comercial entre Estados Unidos e China.
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Às 9h14,o dólar recuava 0,22%, a R$ 4,1970 na venda, mas chegou a tocar os R$ 4,2203 na máxima do pregão
Às 10h48, o dólar recuava 0,22%, a R$ 4,1970 na venda, mas chegou a tocar os R$ 4,2203 na máxima do pregão. O dólar à vista fechou numa máxima recorde de R$ 4,2061 na venda na segunda-feira, com alta de 0,3%, em meio ao pessimismo sobre um acordo preliminar entre EUA e China. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez registrava queda de 0,41%, a 4,201 reais. O tom positivo prevalecia na bolsa paulista, às vésperas de outro feriado, em São Paulo. Prevalecia o movimento favorecido pelo viés benigno em mercados acionários no exterior, tendo as ações da Vale entre os principais suportes da B3. Às 10h07, o principal índice de ações da B3 subia 0,44 %, a 106.733,39 pontos.

Pequim

A retórica comercial, responsável pela alta do dia anterior, era mais uma vez o centro das atenções nos mercados, com os investidores à espera de novos acontecimentos na prolongada disputa entre as duas maiores economias do mundo. Na segunda-feira, a CNBC informou que o humor em Pequim sobre um acordo comercial com os Estados Unidos é pessimista, devido à relutância do presidente norte-americano, Donald Trump, em retirar tarifas, o que pesou sobre o apetite por risco. — Essa incerteza em relação ao futuro e as várias estimativas mostrando o menor crescimento da economia global devido à disputa pioraram o sentimento — explicou Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, à agência inglesa de notícias Reuters.

Níveis recordes

No entanto, a notícia de que o governo dos Estados Unidos anunciou uma nova extensão de 90 dias na licença que permite que empresas norte-americanas sigam fazendo negócios com a chinesa Huawei fornecia certo alívio para o real. Com o dólar em níveis recordes, as atenções também se voltam para o Banco Central, em busca de pistas sobre sua atuação frente à superação dos R$ 4,20, considerado por muitos como um patamar de resistência da moeda. Para Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, ainda não há expectativas de atuação do BC, já que o real apenas seguiu o movimento de outras moedas emergentes no decorrer das últimas sessões. — O que faz sentido em relação a uma atuação do BC mais agressiva é quando o real não está seguindo outras moedas vizinhas. A gente tem que esperar pra entender se essa alta é um movimento que veio para ficar. O que dá a entender é que ainda está em linha com outras emergentes — avaliou Abdelmalack.

Contratos

Nesta terça-feira, a as moedas emergentes pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e a lira turca, registravam altas contra a moeda norte-americana. Mais cedo, o BC cancelou os leilões de swap cambial reverso e dólar à vista desta terça-feira, devido ao feriado de quarta-feira em São Paulo pelo Dia da Consciência Negra. O BC comunicou ainda que na quarta-feira não haverá oferta simultânea de dólar à vista e de contratos de swaps. “Os volumes que seriam ofertados nesses dias serão distribuídos nos demais dias úteis do mês”, conclui o BC, em nota.
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