Espanha: princesa Cristina é julgada por evasão fiscal

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Publicado Segunda, 11 de Janeiro de 2016 às 11:04, por: CdB

 

Pela primeira vez, membro da família real vai a tribunal, em caso de corrupção que indignou o país

Por Redação, com DW - de Madri: A princesa Cristina, irmã do rei Felipe 6º da Espanha, e seu marido começaram a ser julgados nesta segunda-feira, em Palma de Maiorca, num caso de corrupção que indignou o país e abalou a reputação da monarquia espanhola. Cristina de Borbón, de 50 anos, é o primeiro membro da família real da Espanha a ser julgado desde que a monarquia foi reinstalada, após a morte do general Francisco Franco, em 1975. A infanta é acusada de cooperar com os delitos fiscais do marido, Iñaki Urdangarín, no chamado Caso Nóos. As acusações contra a princesa fazem parte de uma investigação sobre os negócios do marido, ex-atleta olímpico de handebol, acusado de malversação de fundos públicos por meio do Instituto Nóos, uma organização sem fins lucrativos. Cristina é acusada de sonegação fiscal, enquanto o marido responde por peculato, tráfico de influência, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e fraude fiscal, entre outros crimes.
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A infanta Cristina, irmã do rei Felipe, comparece à corte: ela é acusada de cooperar com os delitos fiscais do marido

Defesa pede nulidade da acusação

Quase imediatamente após o início do julgamento, sob grande atenção da mídia, a defesa da princesa solicitou a nulidade da acusação contra ela. O advogado da infanta, Jesús María Silva, argumentou que há apenas uma acusação popular contra ela, movida pela organização anticorrupção Manos Limpias. Promotores sempre se recusaram a fazer acusações contra Cristina, mas de acordo com a lei espanhola, entidades privadas também podem apresentar queixas criminais. A defesa da princesa citou a jurisprudência espanhola, que permite que um acusado seja dispensado de julgamento se a vítima de um crime não sustentar as acusações – e nesse caso, a suposta vítima seria o Estado. Virgina Lopez Negrete, advogada que representa a Manos Limpias, rejeitou o argumento. "Todos os cidadãos são iguais perante a lei, e, portanto, doutrinas anacrônicas não podem ser aplicadas", o que "privilegiaria" a princesa, disse. Se condenada, Cristina, que disse desconhecer as atividades do marido, pode enfrentar uma pena de até oito anos de prisão. Urdangarín pode ser condenado a até 19 anos de prisão. O caso de corrupção e problemas de saúde levaram o pai de Cristina, o rei Juan Carlos, a abdicar do trono em 2014. Ao assumir o cargo, Felipe 6º prometeu uma monarquia honesta e transparente.
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