Espanhóis vão às urnas para escolher novo Congresso

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Publicado Domingo, 28 de Abril de 2019 às 08:15, por: CdB

A eleição ainda deve marcar a entrada no Parlamento de um partido de extrema direita, uma corrente política que, nas últimas quatro décadas, teve papel secundário no país.

Por Redação, com ABr - de Madri

As seções eleitorais na Espanha foram abertas neste domingo para a eleição dos novos membros do Legislativo do país, composto por 350 deputados e 208 senadores.
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O priimeiro-ministro Pedro Sánchez vota em Pozuelo de Alarcón
Os socialistas do PSOE aparecem como os favoritos, mas a incógnita é se a sigla e outras legendas de esquerda vão conquistar cadeiras suficientes na Câmara para formar uma coalizão estável ou se os partidos liberais e de direita terão cadeiras suficientes para formar o seu próprio bloco. A eleição ainda deve marcar a entrada no Parlamento de um partido de extrema direita, uma corrente política que, nas últimas quatro décadas, teve papel secundário no país. O pleito deve se estender das 9h às 20h (horário local, 4h e 15h em Brasília) – exceto nas Ilhas Canárias, onde todo o processo se realiza uma hora mais tarde. Assim, nenhum dado será conhecido antes das 21h locais. Mais de 36 milhões de espanhóis foram convocados a votar.  Entre eles estão mais de 2 milhões que vivem no exterior. Cerca de 1,2 milhão do total são jovens que vão votar pela primeira vez. O pleito ainda terá uma novidade: 100 mil pessoas com algum tipo de deficiência cognitiva também poderão exercer o direito, graças à reforma aprovada em 2018. Para garantir segurança cibernética e física, o governo implantou um novo sistema para proteger o envio e o processamento de dados eleitorais, reforçou as medidas antiterroristas e convocou 92 mil agentes de diferentes forças policiais. Um governo estável terá de ser apoiado por mais de metade (175) do total de deputados (350) que vão ser eleitos para o Congresso dos Deputados. As sondagens, por enquanto, apontam para um resultado muito fragmentado, com cinco partidos ultrapassando 10% das intenções de voto, o que deve dificultar as negociações para formar uma coalizão de governo estável. O favorito para chefiar um novo governo é o primeiro-ministro Pedro Sánchez, do PSOE, que desde junho do ano passado lidera o país. O partido de Sánchez, porém, não deve conquistar cadeiras suficientes para governar sozinho, o que significa que terá que buscar alianças com outras legendas. Tudo isso em um ambiente político que se complicou desde a tentativa de secessão fracassada da Catalunha. De longe, a novidade dessas eleições é o surgimento do partido de extrema-direita Vox, que parece prestes a fazer sua estreia no Parlamento nacional.  Fundado por um ex-membro do conservador Partido Popular (PP), com uma forte postura contra a imigração ilegal, o Vox cresceu graças à sua linha dura contra os separatistas na Catalunha. Sánchez foi forçado a convocar as eleições antecipadas deste domingo depois que legisladores pró-independência catalães no Parlamento nacional, irritados com o julgamento de seus líderes em Madri, recusaram-se a lhe dar o apoio necessário para a aprovação do orçamento para 2019. O PSOE lidera as sondagens com cerca de 30%, seguido do PP (Partido Popular, direita) com quase 20% e um grupo de três partidos entre 10 e 15%: Cidadãos (direita liberal), Podemos (extrema-esquerda) e Vox (extrema-direita). A fragmentação partidária e a porcentagem elevada de indecisos detectada pelas pesquisas de opinião, cerca de 40%, também dificultam muito as análises sobre as várias possibilidades pós-eleitorais para a formação de coalizões. Por isso, mesmo depois de o resultado ser divulgado, ainda pode demorar semanas, ou até mesmo meses, até que a Espanha conheça o seu novo primeiro-ministro.
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