Depois dos confrontos entre os dois lados no sábado, um homem atropelou manifestantes opositores, matando uma mulher e ferindo 19 pessoas
Por Redação, com Reuters - de Genebra:
Especialistas de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram aos Estados Unidos nesta quarta-feira que combatam a violência racial e a xenofobia crescentes no país e processem aqueles que cometem crimes de ódio.
Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, insistiu em dizer que extremistas de direita e de esquerda apelaram à violência durante uma manifestação realizada no fim de semana por nacionalistas brancos na Virgínia. Ressuscitando um debate político a respeito das relações raciais no país e de sua própria liderança diante de uma crise nacional.
Depois dos confrontos entre os dois lados no sábado. Um homem atropelou manifestantes opositores, matando uma mulher e ferindo 19 pessoas. James Fields, jovem de 20 anos do Ohio que dirigia o carro e supostamente teria simpatia pelo nazismo. Ele foi acusado de assassinato.
Violência
– Estamos ultrajados com a violência em Charlottesville e com o ódio racial exibido por extremistas da direita, supremacistas brancos e grupos neonazistas – disseram especialistas independentes da ONU em um comunicado conjunto emitido em Genebra.
– Pedimos o processo e a punição adequada a todos os perpetradores e o pronto estabelecimento de uma investigação independente dos eventos... atos de ódio e discursos de ódio racista devem ser condenados inequivocamente. Crimes de ódio devem ser investigados; e os perpetradores processados.
Racismo
Os acontecimentos na Virgínia foram os "exemplos mais recentes" de racismo; discriminação racial, afrofobia; violência racista e xenofobia crescentes "observados em manifestações nos EUA". Afirmaram os especialistas da ONU.
Incidentes recentes na Califórnia, Oregon, Nova Orleans e Kentucky demonstraram "a disseminação geográfica do problema", Acrescentaram.
ONU
O comunicado foi divulgado por Sabelo Gumedze, presidente do grupo de trabalho de especialistas da ONU sobre povos de ascendência africana; Mutuma Ruteere, relator especial da ONU sobre formas contemporâneas de racismo e Anastasia Crickley; presidente do Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial.
Na segunda-feira, uma comissão de direitos humanos da ONU exortou os EUA a acabarem com a detenção generalizada de candidatos a imigrantes. Incluindo postulantes a asilo, dizendo que a prática vem "crescendo exponencialmente" e que viola a lei internacional.