Esquerda francesa denuncia prisão política do ex-presidente Lula

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Publicado Sexta, 11 de Janeiro de 2019 às 13:11, por: CdB

Esta, no entanto, não é a única linha de apoio do líder francês à esquerda brasileira. Mélenchon também aplaudiu, na véspera, a posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

 
Por Redação, com agências internacionais - de Paris e São Paulo
  Líder do principal movimento de esquerda da França, o filósofo e candidato à Presidênca da República Jean Luc Mélenchon denunciou, nesta sexta-feira, a prática de lawfare contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político em Curitiba há 278 dias. Mélenchon, líder do Movimento França Insubmissa, afirmou que "em todos os países se utiliza agora o lawfare para se livrar de pessoas. É o que fizeram com Lula. O juiz que o condenou é agora ministro de Jair Bolsonaro".
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Jean-Luc Mélenchon, um dos principais líderes da esquerda francesa, denuncia o lawfare contra Lula, no Brasil
Este, no entanto, não é a única linha de apoio do líder francês à esquerda brasileira. Mélenchon também aplaudiu, na véspera, a posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a exemplo da presidenta nacional do PT, senadora e agora deputada eleita Gleisi Hoffmann. Ela rebateu, nesta manhã, as críticas de parte do seu próprio partido por participar da posse de Maduro.

Petróleo

Algumas dos críticos afirmaram que "o PT estava legitimando uma ditadura no país ao reverenciar o governo do sucessor de Hugo Chaves”. "Nenhuma surpresa as críticas dos que ignoram as razões por eu ter aceitado o convite pra posse na Venezuela. Deixar de ir seria covardia, concessão a direita. A esquerda pode ter críticas ao governo Maduro, mas o destino da Venezuela está nas mãos do seu povo e de mais ninguém", rebateu Gleisi. A parlamentar lembrou, ainda, a condição geopolítica do país vizinho. Ela frisou que a "Venezuela tem uma das maiores reservas de óleo do mundo”. — Seu presidente deve ser o próximo presidente da OPEP. A atitude belicista de Trump pode internacionalizar o conflito venezuelano. EUA querem criar condições p/ isso. Nossa região será um novo Oriente Médio? — pergunta.

Resistência

Hoffmann falou, ainda em Caracas, ao semanário Brasil de Fato, que há muita desinformação por parte da população brasileira do que realmente ocorre na Venezuela, uma vez que a mídia conservadora “não informa de fato o contexto que o país enfrenta”. — A esquerda precisa se informar melhor sobre o que a Venezuela enfrenta, principalmente em relação aos ataques dos EUA. Caso contrário, seguirá fazendo coro junto com a direita — afirmou. Hoffmann acrescentou ser preciso "entender o que significa a ação contra a Venezuela, o que significa a resistência da Venezuela contra os EUA”. — Todo governo tem seus erros, e o de Maduro também tem. Isso não quer dizer que os problemas da Venezuela têm e ser resolvido de fora, que tem que boicotar a Venezuela. A esquerda precisa se informar melhor e saber o que está por trás de todo este ataque da direita — observou.

Covardia

Apesar de tudo, segundo a líder petista, o país vizinho resiste "em entregar o seu maior patrimônio, que é o petróleo”. — No Brasil, estamos entregando de mão beijada — criticou. A experiente senadora, no entanto, não recebeu como surpresa as críticas daqueles que ignoram as razões por ela aceitar o convite para posse de Maduro. — Deixar de ir seria covardia, concessão a direita. A esquerda pode ter críticas ao governo Maduro, mas o destino da Venezuela está nas mãos do seu povo e de mais ninguém — concluiu.
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