EUA confirmam contágio do vírus zika por transmissão sexual

Arquivado em:
Publicado Quarta, 03 de Fevereiro de 2016 às 08:31, por: CdB

 

Autoridades de saúde do Texas notificam caso de infecção do vírus por contato sexual. Parceira do paciente havia viajado à América Latina

Por Redação, com agências internacionais - de Washington/Londres:   Autoridades de saúde do Texas, no sul dos Estados Unidos, confirmaram um caso de transmissão por contato sexual do vírus zika, potencialmente perigoso para mulheres grávidas e em crescimento na América Latina. – O paciente foi infectado com o vírus depois de ter tido relações sexuais com uma pessoa doente, que regressou de um país onde o vírus está presente – afirmou, em comunicado, o Serviço de Saúde de Dallas. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) contabilizaram, até o momento, 51 casos de vírus zika no país, mas este é o primeiro relacionado à infecção ocorrida por meio de transmissão sexual. A diretora dos CDC, Anne Schuchat, já havia afirmado na semana passada que estavam sendo investigados um caso de infecção com vírus zika por transmissão sexual e outro em que o vírus foi detectado no sêmen de um homem que, duas semanas antes, tinha sido infectado.
zika-1.jpg
Autoridades de saúde do Texas, no sul dos Estados Unidos, confirmaram um caso de transmissão por contato sexual do vírus zika
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a epidemia do vírus zika poderá afetar entre três a quatro milhões de pessoas no continente norte-americano. Brasil e Colômbia são os países onde se registram mais casos de infectados e de suspeitos. O comitê de emergência da OMS decidiu na segunda-feira que os casos de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem uma emergência sanitária de alcance internacional, mas não o vírus zika, por não ter sido comprovada uma relação entre ambos. O vírus zika é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos, principalmente o Aedes aegypti.

Vacina

Mais uma vez o mundo clama para que cientistas e empresas farmacêuticas criem rapidamente uma vacina contra uma doença viral que, no caso mais recente, poucas pessoas tinham ouvido falar até algumas semanas atrás, e menos ainda temiam. Em teoria, não deveria ser muito difícil produzir uma reação imunológica contra o zika vírus, que está se espalhando pelas Américas, mas criar um produto seguro, eficaz e de pronta entrega que proteja mulheres e meninas em risco não é fácil na prática. Para começar, cientistas de todo o mundo sabem ainda menos sobre o zika do que sabiam sobre o vírus do ebola, que causou uma epidemia jamais vista na África Ocidental no ano passado. Devido ao seu alto índice de mortandade, o ebola foi tema de pesquisas sobre bioterrorismo, o que forneceu pelo menos um argumento a favor da busca acelerada por uma vacina. Desta vez, o vácuo de conhecimento é mais preocupante. Só há 30 menções ao zika em pedidos de patentes, são 1.043 para o ebola e 2.551 para a dengue, de acordo com o Índice Mundial de Patentes Thomson Reuters Derwent. E só foram escritas 108 monografias de destaque sobre o zika desde 2001, contra mais de quatro mil a respeito do ebola, como revela a plataforma digital de pesquisa Web of Science. Ainda assim, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, a Agência de Saúde Pública do Canadá e o Instituto Butantan, em São Paulo, iniciaram trabalhos com candidatos em potencial a uma vacina para o zika, e várias empresas de biotecnologia também estão no páreo. Entre elas está a NewLink Genetics , que ajudou a desenvolver a primeira vacina bem-sucedida contra o ebola junto com a Merck. É importante notar que existe uma fabricante de vacinas de peso no jogo: a Sanofi  informou na terça-feira que irá lançar um programa para criar uma vacina contra o zika, um dia depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS)  ter declarado a doença e seus supostos elos com má-formação cerebral de recém-nascidos uma emergência de saúde pública mundial. A farmacêutica japonesa Takeda Pharmaceutical  também disse, nesta quarta-feira, que montou uma equipe para investigar como pode ajudar a criar uma vacina, e a GlaxoSmithKline GSK.L está finalizando estudos de viabilidade para determinar se sua tecnologia de produção de vacinas pode servir. A infecção do zika é tão amena que, na ampla maioria dos casos, suas vítimas não sabem estar infectadas, por isso é improvável que este grupo de pacientes em potencial precise ou queira ser imunizado. O grupo alvo crucial são as mulheres que podem estar grávidas, já que a maior ameaça que se suspeita na doença é sua possível conexão com a microcefalia.    
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo