Exército adverte manifestantes de Hong Kong com vídeo

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Publicado Quinta, 01 de Agosto de 2019 às 12:12, por: CdB

Imagens mostram o uso de tanques, cassetetes, gás e jatos d'água contra manifestantes, em advertência aos que, há dois meses, desafiam o governo pró-Pequim nas ruas de Hong Kong..

Por Redação, com DW - de Hong Kong O Exército chinês divulgou um vídeo que mostra o uso de tanques, cassetetes, gases e jatos d'água contra manifestantes que acabam algemados, em advertência aos que vêm desafiando há dois meses o governo pró-Pequim nas ruas de Hong Kong.
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Policiais usam gás lacrimogênio contra manifestantes no fim de julho, em Hong Kong
O vídeo de três minutos de duração, divulgado na quinta-feira pela guarnição do Exército de Libertação Popular em Hong Kong, é acompanhado por uma legenda na qual os militares expressam "confiança" e "capacidade" para manter a segurança no território semiautônomo. As imagens mostram tanques, helicópteros e lança-mísseis em operações na cidade do sul da China e em colinas próximas, assim como forças especiais durante um exercício antiterrorismo. Vê-se também um exercício antidistúrbios, em que soldados bem equipados dispersam uma multidão de manifestantes com o apoio de carros blindados de transporte de tropas e jatos d'água. "Todas as consequências são por seu próprio risco", grita um militar ao alto-falante em cantonês, a língua falada em Hong Kong, em vez do mandarim da China continental. Soldados equipados com capacetes, escudos e cassetetes são vistos montando barricadas de arame farpado e lançando o que parece ser gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Os militares exibem uma bandeira vermelha com a frase "Atenção: parem de atacar ou usaremos a força", as mesmas palavras usadas pela polícia de Hong Kong ao confrontar os manifestantes pró-democracia. A sequência termina com os soldados escoltando manifestantes algemados em direção a áreas descritas com letreiros como "locais de detenção". O vídeo foi divulgado no mesmo dia em que dezenas de cidadãos se apresentaram à Justiça em Hong Kong, acusados de participar de distúrbios durante as manifestações do fim de semana. A ex-colônia britânica, devolvida à China em 1997, está sob tensão desde o início de junho com as gigantescas manifestações pacíficas em repúdio a um projeto de lei, apresentado pelo governo local, pró-Pequim, autorizando extradições para a China continental. O governo de Hong Kong suspendeu os esforços de enviar o projeto de lei para o Parlamento, mas o movimento se ampliou para exigir reformas democráticas amplas, rejeitando a influência de Pequim e a redução das liberdades em Hong Kong.

Os termos

Sob os termos da devolução de Hong Kong à China, os habitantes do território semiautônomo gozam de direitos e liberdades ausentes no continente, como um Judiciário independente e liberdade de expressão. Entretanto muitos afirmam que esses direitos vêm sendo restringidos, dando como exemplo o desaparecimento de livreiros dissidentes sob custódia na China continental, a desqualificação políticos destacados, e a prisão de líderes dos protestos pró-democracia. O governo chinês havia basicamente deixado o governo de cidade lidar sozinho com os protestos. Contudo, com a escalada de violência das últimas semanas, sem que o movimento mostrasse sinais de enfraquecimento, Pequim envia sinais mais fortes de que poderá intervir. Na segunda-feira, a China renovou também seu apoio à chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e à polícia local, além de pedir o "restabelecimento rápido da ordem" nesse polo central das finanças internacionais.
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