Exploração ilegal de madeira provoca confusão entre Brasil e Peru

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Publicado Terça, 15 de Julho de 2003 às 18:43, por: CdB

A exploração ilegal de madeiras nobres na Amazônia provocou um conflito entre soldados brasileiros e manifestantes peruanos na fronteira amazônica entre os dois países, segunda-feira. Em entrevista à agência de notícias AFP, autoridades peruanas informaram que, durante o incidente, não houve disparo de arma de fogo ou enfrentamento militar.

Mas, em fita gravada, ficou constatado que uma senhora peruana foi golpeada com um fuzil por militares brasileiros. Uma cópia da fita com imagens do conflito está sob poder do Comando Militar da Amazônia. O Centro de Comunicação Social do Exército informou que as imagens serão analisadas.

Ainda segundo o centro, caso seja constatado excesso durante a ação, os responsáveis serão punidos. O incidente é o desfecho de um conflito sobre um lote de madeiras apreendido em território brasileiro. O Exército informou que na reserva indígena do Alto Javari, há tempos é constatada a exploração ilegal de madeiras nobres.

A atividade envolveria índios Mayurunas e madeireiros brasileiros e peruanos. Há cerca de um mês, segundo a nota do Exército, agentes do órgão peruano correspondente ao Ibama teriam pedido a intervenção de tropa brasileira para a liberação do lote apreendido.

Ainda segundo o Exército, o comando do 1º Pelotão de Palmeiras do Javari teria negado o pedido. Depois da recusa, índios Mayrunas e dois agentes da Funai que navegavam pelo Rio Javari foram presos pela polícia peruana. Segundo a nota, os índios foram libertados. Apenas um deles foi mantido na prisão, em companhia de um agente da Funai.

Eles teriam sido soltos somente depois da intervenção da embaixada brasileira em Lima. O Exército informou o Ibama, que designou o Comando de Fronteira do Solimões como fiel depositário da madeira apreendida.

Quando o comando transportava a madeira até a sede do Batalhão em Tabatinga, populares teriam tentado impedir a passagem das jangadas que transportavam as toras, iniciando o conflito. Segundo a nota do Exército, a madeira prossegue pelo Rio Javari. Deve chegar a Tabatinga (AM) dentro de oito dias.

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