Feriado sangrento no Rio

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Publicado Sábado, 10 de Abril de 2004 às 06:22, por: CdB

 A polícia enfrenta novo tiroteio na favela da Rocinha na noite desta sexta-feira. Dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) morreram no conflito. São eles: o tenente Marcelo Rolim e o soldado Luiz Cláudio Gomes Ramos. Uma mulher foi ferida e levada para o Hospital Miguel Couto. Já chega a cinco o número de mortos desde a madrugada desta sexta, quando um grupo de traficantes de vários morros da cidade planejaram uma invasão à Rocinha e roubou automóveis em falsa blitz na Avenida Niemeyer.

O tiroteio continua intenso no alto do morro. Da Auto-estrada Lagoa-Barra é possível escutar o barulho dos tiros e da explosão de granada. Pelo menos uma foi lançada. A polícia não fechou as princiapis vias de ligação da Zona Sul a Zona Oeste mas pede cautela aos motoristas que passam na Estrada Lagoa-Barra e no túnel Zuzu Angel.

O Bope está fazendo uma busca na mata da Gávea para encontrar traficantes e cerca de 300 policiais estão nas entradas das favelas da Rocinha e do Vidigal.

Parte do morro da Rocinha voltou a ficar às escuras depois que recomeçaram os tiroteios na sexta à noite. Equipes da Light só devem restabelecer a energia no sábado de manhã mediante segurança de sua equipe.

A polícia está ocupando, desde a madrugada de quinta para sexta-feira, os acessos da Rocinha e do Morro do Vidigal depois que uma tentativa de invasão da Rocinha deixou três mortos: dois moradores e uma mulher que passava de carro. Um traficante também teria morrido no confronto, mas não há confirmação.

Cinco homens que participaram da tentiva de invasão já foram presos: eles tentaram fugir do Vidigal nadando pelo costão da Niemeyer. Um deles, identificado como Cosme, disse que veio de Vigário Geral para participar da ação. Os serviços de Inteligência da PM e da Policia Civil receberam informações de que haveria uma possível invasão da Rocinha, feita por bandidos do Vidigal para retomar pontos de vendas de drogas.

- Apesar das mortes, a polícia conseguiu evitar uma chacina - disse Renato Hottz, comandante do policiamento da capital, garantindo que, não fosse a polícia, o número de mortes poderia ter sido maior.

Pela manhã, policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) fizeram uma blitz aos acessos da Niemeyer. Feridos no tiroteio continuavam a ser socorridos. Um homem, atingido na cabeça, foi levado por policiais para o hospital. As buscas continuam no Vidigal. Hottz disse também que o policiamento está sendo reforçado nas vias.

- Neste sábado, aumentamos nosso efetivo de ocupação no Vidigal e nossa presença na Rocinha. Colocamos também o grupamento de motociclistas patrulhando as vias. Mais de 300 homens estão envolvidos na operação.

O corpo da mineira Telma Telma Veloso Pinto, de 38 anos, foi transferido para Belo Horizonte nesta sexta. Ela morreu quando bandidos tentaram roubar seu carro na Avenida Niemeyer. Ela se assustou com a ação dos bandidos: acabou atingida por um tiro de fuzil.

Dois moradores da Rocinha também morreram depois de dar entrada no Hospital Miguel Couto. As vítimas foram identificadas como Fabiana Santos Oliveira, de 24 anos e Wellington da Silva, skatista conhecido como Maluquinho. Fabiana e Wellington estavam em um baile funk no Clube Emoções e foram atingidos por disparos dos traficantes que seguiam para a Rocinha. Um bandido também teria morrido numa troca de tiros, mas a informação ainda não foi confirmada oficialmente.

A invasão foi feita por cerca de 60 homens fortemente armados e usandos coletes. O bando fez uma falsa blitz e fechou a Avenida Niemeyer nesta madrugada para tentar retomar os pontos de venda de drogas da Rocinha, agora sob o comando de Lulu, antigo parceiro de Dudu. Na invasão, foram usados vários carros e um caminhão baú. De acordo com a polícia, o traficante Dudu, antigo chefe do tráfico da Rocinha que está foragido da Justiça, foi quem recrutou o bando armado do Complexo do Alemão. A Avenida Niemey

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