Força libera voto dos sindicatos

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Publicado Segunda, 14 de Outubro de 2002 às 13:12, por: CdB

A direção da Força Sindical decidiu, após três horas de reunião, que seus 1.843 sindicatos estão liberados para optar pelo apoio a qualquer um dos dois candidatos à Presidência da República, que disputam o segundo turno. Segundo o presidente da central, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, 170 dirigentes nacionais, de um total de 212, participaram da reunião. Desses, 62 - que pertencem a direção executiva - tiveram direito a voto, o que resultou no placar de 39 a favor da liberação dos sindicatos e 23 pelo apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou José Serra (PSDB). "Grande parte dos sindicatos, cerca de 70%, vai apoiar Lula. Os outros apóiam Serra", afirmou Paulinho. Segundo ele, a central possui uma tradição de pluralismo e não seria justo "uma maioria enquadrar a minoria". No primeiro turno, dos 212 dirigentes nacionais, 207 manifestaram apoio pela candidatura de Ciro Gomes (PPS), que tinha Paulinho como vice. Outros três dirigentes apoiaram Lula e dois mantiveram-se neutros. Paulinho, que já manifestou seu voto pessoal em Lula, informou que poderá participar de eventos de campanha do petista se for convidado e, destacou que qualquer dos sindicatos poderá usar material de divulgação da Força para Lula ou para Serra. Ele ressalvou, no entanto, que a decisão de liberar os sindicatos não significa que a Força apoiará o próximo governante do País, seja quem for. "Vamos discutir essa relação com o próximo governo após as eleições", esclareceu. Por conta desse "pluralismo", Paulinho admitiu que a Central Sindical tem boas relações com os dois presidenciáveis e que, exatamente por esse motivo, a melhor saída foi liberar as bases. "Nossa central tem pé em todas as canoas porque tem gente de todos os partidos aqui dentro. Foi assim que construímos essa central", argumentou. O fundador da Força Sindical e deputado pelo PL-SP, Luiz Antonio de Medeiros, criticou a decisão do encontro de dirigentes. "Isso é um retrocesso para a Força. Meses atrás, decidimos que a central participaria da eleição como oposição e, na época, a vitória majoritária foi por Ciro Gomes. Acho que a central deveria continuar como oposição, com o Lula, e liberar os sindicatos agora é uma incoerência", opinou. Paulinho e Medeiros chegaram a desenvolver um debate durante a entrevista coletiva. "Eu, que voto em Lula, pedi para que liberassem e gostaria que você respeitasse", afirmou o atual presidente da central ao fundador. "Eu respeito, mas é uma incoerência", retrucou o deputado. "Você defendeu essa posição lá na Assembléia e perdeu. Vamos respeitar", insistiu Paulinho. E complementou, em tom nervoso: "Eu já falei o que tinha para falar. Se quiserem vocês continuem a entrevista coletiva". Medeiros preferiu encerrar o assunto e também retirou-se. Os 1.843 sindicatos ligados a Força Sindical em todo País representam 14 milhões de trabalhadores, de acordo com dados da central.

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