Refúgio em embaixada
No mês passado, Julien Assange, cumpriu três anos de refúgio na Embaixada do Equador em Londres, sem que tenha sido interrogado pela Justiça sueca sobre acusações de crimes sexuais ou que seu caso tenha sido resolvido.
Para fazer avançar o processo, o Ministério Público sueco aceitou em março deste ano ir a Londres ouvir o australiano, de 43 anos, que nega as acusações e se recusa a ir à Suécia por temer ser extraditado para os Estados Unidos. Segundo Assange, uma audiência com a procuradora sueca Marianne Ny, tinha sido anulada. “É impossível manter a confiança na magistrada nessas circunstâncias”, afirmou em comunicado. Em causa estão uma alegação de violação e outra de agressão sexual apresentadas por duas mulheres suecas em 2010. Até agora, ele não formalmente acusado e recusa essas acusações, argumentando que as relações sexuais mantidas foram consensuais. Em junho de 2012, quando perdeu o processo de extradição no Reino Unido, pediu asilo político ao Equador, convicto de que se viajasse para a Suécia para ser ouvido seria extraditado para os Estados Unidos, que o querem processar pela divulgação de milhares de documentos diplomáticos e militares confidenciais, no caso Wikileaks. Com mandado de detenção europeu emitido desde então, Assange não pode sair da embaixada equatoriana porque seria imediatamente detido pela polícia britânica e entregue à Justiça sueca. O reforço da vigilância da embaixada pela polícia britânica, desde que Assange está refugiado no local, custou em três anos cerca de 10 milhões de libras (14 milhões de euros), segundo a imprensa britânica.