Funcionários da Avianca paralisam atividades no Aeroporto de Congonhas

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Publicado Sexta, 17 de Maio de 2019 às 09:29, por: CdB

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), 900 funcionários foram demitidos nesta semana e não há "condições psicológicas" nem segurança para continuar os voos. Restaram pelo menos 700 funcionários. 

Por Redação, com ABr e RBA - de São Paulo

Funcionários da Avianca começaram na manhã desta sexta-feira uma paralisação das atividades nos Aeroporto de Congonhas. No início da manhã, eles protestaram no saguão principal do aeroporto. De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), 900 funcionários foram demitidos nesta semana e não há "condições psicológicas" nem segurança para continuar os voos. Restaram pelo menos 700 funcionários.
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Funcionários da Avianca começaram na manhã desta sexta-feira uma paralisação das atividades
– Prezamos acima de tudo a segurança dos voos. Os funcionários estão com salário atrasado e também não receberam vale refeição e diária de alimentação, além de a empresa não estar depositando o FGTS. A situação e as demissões geram grande instabilidade emocional porque não sabemos quantos mais serão demitidos – disse o presidente nacional do SNA, Andino Dutra. Segundo informações da Avianca Brasil, devido à paralisação dos trabalhadores, 13 voos planejados para hoje foram cancelados. Devido ao mau tempo no Rio de Janeiro, que ocasionou o fechamento do aeroporto de Santos Dumont, foram cancelados mais sete voos. Por meio de nota, a Avianca informou entender e respeitar a manifestação de parte de seus colaboradores e reforça que não está medindo esforços para cumprir as etapas de seu Plano de Recuperação Judicial e garantir suas obrigações com seus funcionários. – A empresa espera que o Sindicato Nacional dos Aeronautas cumpra a decisão da Justiça de manter, ao menos, 60% da operação da companhia e que os colaboradores que estão se apresentando para trabalhar sejam respeitados e não impedidos de assumir suas funções – diz a nota. A Avianca Brasil disse ainda que a segurança operacional de seus voos continua sendo sua principal prioridade e está totalmente mantida. “Os passageiros em voo continuam tendo à disposição todos os serviços e atendimentos que, eventualmente, precisem. A empresa está totalmente empenhada em minimizar ao máximo o impacto a seus passageiros.”

Ônibus e Metrô

Motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista aprovaram na quarta-feira a participação na greve geral convocada para 14 de junho, contra a proposta de "reforma" da Previdência do governo Bolsonaro. A paralisação dos ônibus foi decidida em assembleia realizada pelo Sindicato dos Motoristas e deve ser de 24 horas. No dia 6 de maio, os metroviários paulistas também decidiram pela paralisação do Metrô durante o movimento nacional. No dia 27, trabalhadores do setor de transportes vão se reunir para definir a atuação da categoria nas mobilizações contra o desmonte da previdência pública. Metroviários, ferroviários, trabalhadores dos ônibus municipais e metropolitanos da capital e de outras cidades da grande São Paulo são esperados no encontro. As centrais sindicais consideram fundamental a boa articulação da greve no setor de transportes. Em 2017, a greve geral de 28 de abril deixou paralisados os sistemas de transportes da capital paulista e da região metropolitana de São Paulo, abrangendo ônibus municipais e intermunicipais, Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Ruas e avenidas ficaram vazias e os índices de congestionamento registrados pela Companhia de Engenharia de Tráfego foram ínfimos.

Campanha salarial

Além da adesão à greve geral, os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista decretaram estado de greve por conta da falta de propostas dos empresários na campanha salarial deste ano. O sindicato deve se reunir com o prefeito Bruno Covas (PSDB), na segunda-feira, para pedir que a prefeitura intervenha nas negociações e evite uma paralisação do serviço. A categoria vai realizar nova assembleia no mesmo dia e decidir se inicia greve na terça.

– Esperamos que o poder público intervenha a favor dos trabalhadores e faça com que os empresários abram mão da sua ganância. Vamos comunicar o prefeito da decisão da nossa categoria. Nenhum ônibus vai andar na cidade de São Paulo até que as nossas reivindicações sejam atendidas – disse o presidente do sindicato, Valdevan Noventa.

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial que recomponha a inflação do período (4,94%), mais aumento real de 3%, vale-refeição de R$ 27, participação nos lucros ou resultados (PLR) de R$ 2 mil, seguro obrigatório para cobertura de avarias nos veículos causadas por terceiros, garantia de emprego dos cobradores diante das alterações ocorridas na nova licitação – que prevê o fim da função –, entre outros itens. Motoristas e cobradores rechaçaram a proposta do sindicato patronal, SPUrbanuss, que propôs reajuste salarial de 4,18% (abaixo da inflação do período), aumento de R$ 0,80 no vale-refeição, intervalo de almoço de uma hora sem remuneração, exclusão da PLR e jornada flexível. Já foram realizadas quatro reuniões, sem acordo. A data-base é 1º de maio. O sindicato avalia que não há justificativa para um reajuste tão baixo, já que os empresários estão “rindo à toa” com os lucros que terão na exploração do sistema de transporte público da capital paulista pelos próximos 20 anos. Sem concorrência, a nova licitação do transporte coletivo de São Paulo acabou vencida pelos mesmos empresários que atuam no sistema desde 2003 e com o valor máximo de remuneração. A margem de lucro proposta pela gestão do prefeito Bruno Covas ficou acima daquela definida pela auditoria ocorrida no sistema em 2014. Além disso, a gestão Covas reduziu a integração do Bilhete Único Vale transporte e aumentou o valor cobrado nessa modalidade para R$ 4,57, aumentando a receita. Essa mudança está sendo questionada na Justiça.
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