Garis e Comlurb negociam fim da greve na Justiça do Trabalho

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Publicado Quarta, 18 de Março de 2015 às 11:31, por: CdB
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu procedimento para apurar denúncia de uso de mão de obra de adolescentes
No sexto dia de greve,  a Comlurb, o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio e a comissão grevista dos garis se reuniram no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) nesta quarta-feira, para nova audiência que discute o reajuste salarial da categoria. Em nota, a companhia de limpeza informou que a greve foi considerada ilegal pelo TRT e que está aberta ao diálogo desde que a paralisação seja suspensa. A empresa também informou que, em média, 50% do efetivo operacional está fazendo a limpeza da cidade e coleta de lixo, número inferior ao determinado pela Justiça do Trabalho, que é de 75%.

MPT vai apurar denúncia

O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu procedimento para apurar denúncia de uso de mão de obra de adolescentes menores de 18 anos pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) para suprir a falta de trabalhadores, que estão em greve. De acordo com a assessoria do MPT, funcionários grevistas fizeram a denúncia na segunda-feira e entregaram uma fotografia, na qual um jovem, aparentemente menor de idade, participava da coleta de lixo. Uma denúncia anônima feita nesta terça-feira também relatou a contratação de trabalhadores avulsos para fazer a coleta de lixo na cidade, sem usar uniforme, nem equipamentos de proteção obrigatórios, como luvas e botas. A procuradora-chefe do MPT, Teresa Basteiro, determinou a abertura de procedimento para apurar as denúncias. O caso será distribuído para um procurador, que vai analisar as medidas a serem tomadas. O assunto também chegou à Câmara Municipal, onde vereadores da oposição denunciaram o fato no plenário. O vereador Babá (PSOL) disse que presenciou o trabalho de menores de idade na coleta, ontem, no Méier, zona norte do Rio. "Isso não tem contrato. Chamam as pessoas e elas começam a trabalhar. Já tínhamos visto em fotos adolescentes fazendo esse serviço e vamos às últimas consequências, no MPT e na Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. É um escândalo o que a prefeitura vem fazendo”, afirmou Babá. O vereador Paulo Pinheiro, também do PSOL e membro da Comissão de Saúde da Câmara, destacou os perigos que os trabalhadores contratados informalmente correm por não uar equipamentos de proteção obrigatórios para o recolhimento de lixo, como luvas e botas apropriadas. - É um gravíssimo problema para essas pessoas, que estão precisando de dinheiro e por isso fazem qualquer coisa. Podem pegar todo tipo de infecção de pele, podem se espetar com algum material e adquirir quadros infecciosos muito graves - disse Pinheiro, que é médico e já foi diretor do Hospital Municipal Miguel Couto, um dos principais da cidade. Em nota, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) disse que vem desenvolvendo um plano de contingência para minimizar os transtornos da greve, o que inclui a contratação de empresas terceirizadas para a coleta de lixo. "Essas empresas são responsáveis pelo fornecimento de caminhões e mão de obra temporária, seguindo o estabelecido na legislação, e distribuindo equipamento de proteção individual (EPI), como luvas e borzeguins (botas especiais).”    
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