Gaza: ONU chama de 'crime de guerra' o assassinato deliberado de palestinos

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Publicado Sexta, 18 de Maio de 2018 às 07:41, por: CdB

Ao discursar em uma sessão urgente do Conselho de Direitos Humanos convocada para debater a situação em Gaza, Link afirmou que esse tipo de ação também viola gravemente as Convenções de Genebra, que regem o Direito Internacional Humanitário

Por Redação, com EFE - de Genebra:

O relator especial da ONU sobre os direitos humanos dos palestinos, Michael Lynk, disse nesta sexta-feira que o "assassinato deliberado" é um crime de guerra, de acordo ao Estatuto de Roma, se referindo as mortes de manifestantes palestinos em Gaza por disparos de soldados israelenses.

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Milhares de palestinos participaram desde o último dia 30 de março em manifestações pacíficas

Ao discursar em uma sessão urgente do Conselho de Direitos Humanos convocada para debater a situação em Gaza; Link afirmou que esse tipo de ação também viola gravemente as Convenções de Genebra; que regem o Direito Internacional Humanitário.

Ele acrescentou que qualquer condenação do que aconteceu em Gaza "é vazia se não for acompanhada de uma perseguição perante a Justiça e de uma prestação de contas".

O relator estimou em "mais de uma centena" o número de manifestantes mortos pelas "mãos das forças israelenses"; e em mais de 12 mil os feridos, muitos deles com lesões "devastadoras".

Protestos

– Os protestos em Gaza foram quase totalmente pacíficos e sem armas. Milhares e milhares marcharam; cantaram, protestaram contra suas condições de vida, reivindicando o direito a um futuro melhor – disse o relator; que faz o acompanhamento da situação dos direitos dos palestinos nos territórios ocupados por Israel.

Contra o discurso do governo israelense que atuou em defesa própria, Link explicou: "sim, alguns jogaram coquetéis molotov; mas a grande maioria atuou de forma não violenta nas últimas sete semanas".

– A sua única arma foi a maior e mais antiga aspiração do ser humano: viver em liberdade na sua própria terra – acrescentou.

Palestinos

Milhares de palestinos participaram desde o último dia 30 de março em manifestações pacíficas para reivindicar seu direito ao retorno às terras ocupadas por Israel; mas na última segunda-feira, a repressão israelense causou a morte de mais de 60 palestinos em apenas um dia.

Territórios palestinos

Antes das declarações de Link, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein; disse que Israel deveria encerrar a ocupação dos territórios palestinos; onde as pessoas estão "engaioladas em favelas desde o nascimento até a morte".

– A ocupação deve terminar, para que o povo da Palestina possa ser libertado – afirmou, na inauguração da sessão.

Zeid explicou que o "forte contraste entre as vítimas dos dois lados" é uma clara evidência do uso desproporcional da força israelense; pois apenas um soldado ficou levemente ferido por uma pedra.

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